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Flamengo

Bola de neve

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O Flamengo está no exato intervalo entre “jogar mal” e “ser brilhante”. Ou seja, ele joga um bom futebol, mas não é o time que a torcida esperava ver quando viu os nomes dos reforços.

E os problemas do Fla, que venceu hoje jogando boa partida, são na verdade uma reação em cadeia que começa na defesa e termina no centroavante.

O Flamengo tem goleiro. Tem lateral direito, mas tem uma zaga comum.

Pra cobrir essa zaga comum seria natural prender mais os laterais. Mas na esquerda nem existe um lateral de bom nível. Logo, os volantes ficam mais presos e não conseguem dar suporte ao time na frente.

O que não deveria fazer diferença pra maioria dos times, mas para os do Luxemburgo faz.

Ele é um dos raros técnicos que ao longo de sua carreira jamais se contentou em ver o time ganhando. Era preciso vencer e convencer, algo que só era possível por ter um time equilibrado. Para dar liberdade a um ou outro “craque”, os volantes sempre foram peças fundamentais.

Léo Moura, nessa, fica sendo o lateral mais competente. Mas o “segundo volante”, aquele que avança mais, é o Williams, que joga pela direita. Logo, a cobertura do Léo é menor que a feita pelo Maldonado do outro lado.

O Flamengo capenga, e pra corrigir isso, Renato mais pra esquerda ao lado do Ronaldinho, craque que merece um parágrafo único.

Ronaldinho sempre sonhou em ser bandeirinha, acho eu. A tendência que o rapaz tem de correr na linha lateral do campo gerando enorme inoperância tática é grande. Luxemburgo tenta mudar isso escalando o cara perto da área, para quem sabe tornar seus malabarismos mais uteis ao time. E não dá pra reclamar, ele vem crescendo jogo a jogo e cada vez mais longe da linha lateral.

“Mas ele não é atacante!”

Tá… Então você sugere que ele, Thiago e Deivid não marquem. O Flamengo, portanto, terá 3 jogadores sem ajudar atrás. O que isso gera? Sobrecarga em quem deveria vir APOIAR o time na frente.

E se eles não vem, o time se torna previsível.

É um cobertor de pobre. Você arruma a lateral e quebra o meio. Arruma o meio e entorta o ataque. E isso tudo é razoável culpa da falta de equilibrio do elenco.

O Flamengo tem um meio/ataque fora de série. Mas tem uma defesa muito comum e nem tem um lateral esquerdo.

O Wanderley não vai fechar time pra ganhar de bola parada. Ele não aceita isso, nunca aceitou. Seus times são treinados para trocar passes, ter muita posse de bola e chegar em bloco na frente.

Como vai chegar em bloco um time que tem que ficar “tapando buraco” atrás?

Não vai!

E não é Adriano, Drogbinha e nem o Chuck Norris que vão resolver isso. Ok, talvez o Chuck Norris conseguisse.

Mas, enfim. O  problema que pra muitos é simples, não é bem assim.

“Coloca o Drogbinha!”.

Tá, e quando for Brasileirão, contra o Cruzeiro e não o Macaé? A zaga aguenta com 4 que não marcam na frente?

Não, não aguenta.

O Flamengo está em formação e não no auge.

Luxemburgo pode ter errado em optar por Ronaldinho aqui, o Deivid em tal jogo, o Renato na esquerda, enfim, em detalhes de formação.

Mas ele não pode ser culpado pelo argentino não ter virado ainda, pela má fase do Deivid, que quando veio foi rojão pra todo lado, e nem pela falta de bons zagueiros e de um lateral.

Torcedor que acredita que técnico contrata e vende jogador é meio alienado. Técnico indica, avalia e só. Se ele puder ESCOLHER, você vai ver a seleção da FIFA no seu time. Não é  o caso.

O Luxemburgo pensou esse time com o argentino, o Thiago e o Ronaldinho girando em torno de um centroavante. Igual o Palmeiras de Rivaldo, Djalminha e Muller, todos em volta do Luizao. Mas o centroavante não está bem, o entrosamento para “girar” sem posição fixa demora e está faltando apenas o Junior, o Cesar Sampaio, o Flavio Conceição, o Cleber, o A. Carlos, enfim…. o resto da engrenagem.

Eu confio demais no que está sendo feito. E acho que, se confirmadas as vindas de Love e Juan no meio do ano, o time passa a ser lapidado com razoável objetividade. Não precisa de pacote de reforços, mas precisa de um aqui, outro ali, em determinadas posições e com determinadas características, o que nem sempre está disponível no mercado.

Aguardemos.

O Flamengo de hoje ainda não pode ser brilhante, por mais que o torcedor espere isso.

Mas também não é um Flamengo que jogue mal. Pelo contrário, está jogando menos do que o Cruzeiro, talvez o Inter e…. de quem mais?

Acho que ninguém.

abs,
RicaPerrone

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Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

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Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

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Flamengo

Filipe Luis: meu calado favorito

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Era 2014. Eu escrevi ou falei alguma coisa sobre o tal do Filipe Luis lateral da seleção. Meu telefone tocou já tarde da noite e era uma mensagem de um amigo empresário do futebol que me dizia “eu concordo com 90% do que você escreve, mas sobre o Filipe você está errado”.

Eu havia dito que ele era um lateral muito burocrático. Que era muito bom jogador mas que eu tinha dúvidas da capacidade ofensiva dele.

Só que esse amigo é amigo também do Simeone. E ele me explicou que não era uma opção. O Simeone jamais daria liberdade naquele time pro lateral dele criar ou ficar indo a linha de fundo. Que o Filipe jogava muito dentro do que permitiam.

Ok, ouvi, guardei. Ele acabou não indo pra Copa, seguiu na Europa, saiu e voltou pro Atlético e nunca consegui ve-lo jogando com mais liberadade pra mudar de idéia até ele chegar ao Flamengo.

Um dia, já em 2023, um dirigente do meu SPFC me perguntou: “O que voce acha do Filipe Luis? Ta velho?”.

Respondi que não. Que caberia na zaga ou na lateral do Tricolor ainda. Hoje sei que a oferta foi feita, mas ele não aceitou. Tirando esse erro brutal de sua carreira que foi não ter jogado no SPFC, Filipe fez tudo certo.

Tão certo que é até constrangedor avalia-lo. Onde ficam os “poréns”?

Final de 2022 Filipe e eu conversamos pelo whatsapp e ele me disse algo que me deixou ainda mais seu fã. Falavamos sobre a Copa, a chance dele talvez estar nela, e eu brinquei que ele poderia ser chamado pra ser auxiliar do Tite. Ele me disse que se chamassem pra carregar as redes de bola no treino ele iria só pra estar com a seleção na Copa.

Cara, isso é muito foda. Ele falou isso em off, não pra ir pro ar e parecer interessado. Ele realmente abriria mão de tudo pra estar lá e ajudar a seleção. E eu ainda brinquei com ele (falando a verdade) que também pararia a carreira se me levassem pra empurrar as malas dos jogadores, meramente pra estar ali.

No final deste ano ele me ligou e combinamos de almoçar. Não o conhecia pessoalmente, só a relação comentarista/comentado mesmo. E em algumas horas eu conheci alguém que era exatamente como eu jurava que seria. Sereno, educado, cabeça boa, focado. Outro patamar, como eles gostam de dizer.

E por algum motivo que não me lembro qual, chegamos numa discussão sobre “poder”. E no meio disso eu falei pra ele que o “poder” é um equívoco, porque ele só te mata aos poucos em troca de ego. O “poder” que importa é outro. É o “poder” olhar seus filhos orgulhosos de você. “Poder” ver orgulho nos seus pais por quem você se tornou. “Poder” vencer sem ter prejudicado em ninguém.

E caraca, Filipe. Como tu é “poderoso”, irmão.

Quandos “podem” contar o que você conta? Quantos “podem” dar a sua família o que você dá pra sua? Quantos “podem” dizer que venceram na vida sem sombra de dúvida ou espaço pra interpretações?

Eu vou sentir muita falta daquele lateral meio calado, “burocrático” do Simeone e bem mais criativo do Jesus. Vou te dizer até que você não é um dos meus preferidos, pois óbviamente eu vou preferir um passado do futebol mais técnico e lento. Mas você foi o primeiro lateral brasileiro que hoje o mundo considera o ideal.

Você é a virada de chave. O lateral que joga, mas que marca. Alto, que cabeceia se precisar, que vira zagueiro, vira ponta e que não depende de dribles mágicos pra se tornar fundamental.

É o futebol de hoje. E por pioneirismo ou vocação, você foi o primeiro a entende-lo.

Boa sorte, Filipe! E muito obrigado por tanto.

Agora descansa que pelo jeito vou passar os próximos 20 anos discutindo se você escalou bem ou mal, se mexeu certo e se deve permanecer ou ser demitido. Porque é óbvio que você será protagonista no que quer que seja.

RicaPerrone

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Flamengo

Flamengo vive entre o alívio e a dor

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Não há prazer na Gávea. O que o Flamengo se transformou nos últimos anos é um projeto muito improvável de se tornar o Bayern do Brasil e conquistar todos os títulos meramente por obrigação de mantê-los.

O torcedor mais novo comprou o barulho. Acreditou na ideia e agora sofre com qualquer coisa que há poucos anos seria considerado um “resultado normal”.

A mídia embala, os influenciadores inflamam, e o Flamengo virou um clube que só alterna entre o alívio e a dor, excluindo o prazer.

Que graça existe na glória se ela for rotina? Se é glória, não é comum.

Entendo que o investimento é alto. Mas entendo o suficiente de futebol pra saber que onde se compra resultado com garantias é na Europa. Aqui, berço de craques, nunca se sabe se o que você comprou o rival não vai lançar da base. Ou se o treinador vai surtar, se o jogador vai cheirar, se o grupo vai rachar.

Aqui são outros 500. E mesmo que seja 2 mil, 500 ainda mudam resultados.

O Flamengo evita perder títulos. E isso é um absurdo tão grande que eu chego a sentir pena do que virou torcer pro Flamengo.

Hoje fala-se em “salvar o ano”. Ok, então ser campeão brasileiro é salvar o ano e não conquistar algo incrível? Que merda que deve ser viver na cabeça desse torcedor. Ele busca a glória como alívio e qualquer insucesso como tragédia. Não há gozo. Só dor e alívio.

Se o Flamengo ganhar o Brasileiro – e pode – será incrível! Não uma “salvada” no ano ruim.

Desde quando não ganhar a Libertadores é vexame? Como você, torcedor não acéfalo, compra esse discurso sensacionalista vazio de quem quer te pegar no calor da derrota pra vender clique?

Você está indo buscar um título enorme em cima de um rival. Se isso te soa como “salvar o ano” ou aliviar o que deu errado, você morreu pro futebol. A soma da arrogância de parte da diretoria do Flamengo com a soberba natural da torcida e a validação midiática do absurdo transformaram o Flamengo numa máquina de memes.

Porque não dá pra ser só grande e disputar títulos? Quem evita perder algo que não lhe pertence? Porque é tratado assim todo campeonato que o Flamengo disputa?

A Flapress sempre fez mal ao Flamengo. Hoje ela está somada a alguns influenciadores que não carregam a obrigação da isenção mas inflamam ainda mais a torcida nas horas de derrotas comuns.

Que sentido tem terminar o ano brigando por um título e ao invés de euforia só se fala em “salvar ano”?

Quem dera meus anos todos fossem salvos com um título brasileiro.

Desfrutem. Ser Flamengo não pode ser um peso, mas sim um prazer.

Vê-lo brilhar, lembra? Então…

RicaPerrone

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