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Seleção Brasileira

É muito mais do que “isso”

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“É culpa do Mano!”, gritam alguns.  “Fora Teixeira!”, gritam outros. “O JC não dá mais!”, aposentam outros.  Entre as mil teorias sobre a seleção e sua péssima fase, não vejo nenhuma sequer aceitável como “grande responsável”. Vejo um conjunto e, na falta de percepção dele, o grande problema.

Mano não é ruim. Talvez não seja o melhor, talvez esteja fazendo um trabalho ruim e até questiono isso. Mas ele não pode ser culpado por um time profissional e consagrado errar passes de 2 metros. Isso não é tático.

E se não é ele, então, “é o jogador”. E se não é um só, não pode ser uma epidemia.  Que eu saiba má fase não é virose.

A seleção não treina, não tem seu time formado com base numa equipe como a Espanha, que diga-se, jogou merda nenhuma na Copa e venceu. Mas venceu, e na Euro deu show, ficou com o crédito.

A Alemanha, que não venceu, joga bem. E joga porque tem sua base em casa.

O futebol evoluiu pra pior. Hoje faz mais diferença o coletivo, o físico e o quanto o time é treinado do que exatamente o quanto eles sabem jogar bola. Nunca pudemos ter o luxo de montar uma seleção pré-treinada pelos clubes. É sempre um catadão mundial que dificilmente funciona sem treinamento.

Assim sendo, sempre fizemos uso do talento pra resolver. Talento este que precisa aparecer na adversidade. E nela, sabemos, só os grandes conseguem aparecer. Essa geração de “craquinhos” ainda não sabe pedir a bola em finais, até por terem poucas.

Não sou idiota de achar que a seleção vai mal porque não tem mata-mata. Mas acho que um dos 200 motivos é sim a falta de testes a estes garotos. Saem muito escondidos em treinadores, muito pouco cobrados num momento dificil. É preciso testá-los, sim.  Sempre foi uma arma nossa o poder individual de decisão.

“Ha mas na Europa não tem mata-mata”. Foda-se! Quem joga bola pra caralho há 200 anos somos nós, não eles.  Se é pra copiar, copiemos o melhor, que é o que ELES tem feito ao nos copiar, e não o contrário.

Temos talento de sobra, eles tem inteligencia de sobra. Não se aplica a mesma teoria a um italiano e a um brasileiro. O menininho da Itália sabe falar, ouvir, ler, escrever e tem algum preparo na vida pra absorver táticas. O menininho da favela, vide tantos por ai, não tem preparo e nem inteligencia pra ouvir, muitas vezes, sequer o que é preciso fazer em campo num simples 442.

Somos criados na base do condicionamento. Não o físico, mas o de instinto. Nós não temos medo de jogar, nós pedimos a bola perdendo e erramos, mas pedimos. Hoje, não pedimos mais. E isso passa sim pelos pontos corridos.  A diminuição de testes decisivos aos nossos garotos obviamente diminui o poder de decisão deles.

Na Copa de 2010 perdemos quando jogavamos muito melhor. E desde que tomamos o gol, não teve um pra pedir a bola. Em 2006, mesma coisa. E em 2012, a continuar nessa neurose de culpar 50% o técnico e 50% a CBF, eles vão continuar blindados andando de amarelo pelo campo.

Passe de 2 metros não é culpa do técnico.

A convocação é meia-boca, o time tem defeitos e todos tem culpa. Inclusive nós, que aplaudimos o festival Muricystico e Parreiristico há quase 20 anos em troca do que? De um caneco conquistado na base do “deus me livre”.

Não pesamos as consequencias quando exaltamos a bosta que um Muricy faz com um timaço do Santos, por exemplo. A consequencia é simples: Jogue pelo 1×0 e acabou. E assim sendo, temos o que temos hoje.

É um conjunto de problemas. E enquanto procurarmos um só vilão ou não nos incluirmos nos culpados, não teremos solução.

A nave vai de bico. E você, que aplaude R10 andando em campo, pede Leão de volta após ele abandonar o clube, que faz festinha pra R10 no Sul depois do que ele fez, que trata Kleber como Deus, assim como nós, jornalistas, que tratamos futebol como caso de policia, somos tão culpados quanto.

Queriamos um técnico meigo. Taí.

O Dunga não era uma bosta? O Mano também é? Querem mais um pra descobrir que a “bosta” não tá sentada no banco mandando craque errar passe de 3 metros?

Não adianta virar as costas e se fazer de indiferente. Não somos, mesmo que possamos nos enganar por um tempo.

Coloca a amarela com a bandeira e o hino no Maracana lotado daqui 2 anos frente a Argentina e me diz que você é indiferente.

Não ignore. Ajude a mudar.

abs,
RicaPerrone

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Futebol

“Incontestável” tem 13 letras

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Poxa, professor! Dia 5? Achei que seria num dia 13. Mas tendo um ano apenas 12 meses talvez janeiro seja o que vem depois do 12… e faz sentido.

Há quase 10 anos eu fui um privilegiado. Saindo do Maracanã após nossa última partida redentora – a vitória sobre a Espanha – Zagallo passou em direção ao carro no estacionamento do estádio. Um grupo de torcedores o viu, gritou, ele respondeu com um gesto.

E ali na saída do Maracanã nós gritamos em coro o nome do velho lobo enquanto ele nos agradecia um raro momento de juízo do brasileiro diante de um dos seus maiores orgulhos.

Foi a única vez que vi uma homenagem espontânea em massa que deveria ser diária para quem tanto nos deu.

Num país vencedor Zagallo não andaria na rua. Num país que venera o fracasso e que rejeita o que deveria nos inspirar ele morreu sem ter nada do que merecia.

Se o futebol fosse um homem se chamaria Edson. Mas seu sobrenome seria Zagallo.

Se o futebol virasse um livro ele estaria na capa.

Se não fosse Zagallo eu nem sei dizer se seríamos pentacampeões do mundo.

Hoje a CBF demitiu o treinador. Claro que foi um ato político tosco da atual gestão, mas romantizando, parecia que o cargo tinha que estar vago pra ele poder partir. Afinal, sabemos, os treinadores da seleção sempre foram apenas substitutos do Zagallo. O cargo sempre foi dele.

Um ano depois do Pelé. Parece que o futebol está gritando na nossa cara de joelhos pedindo ajuda. Nos tiraram a coroa, agora a espada.

Quem somos nós, afinal? Sem a coroa não temos poder, sem a espada não temos como lutar. Quem vai nos defender do iminente fim do império?

Não serão os bobos da corte. Aqueles que durante décadas usaram seus microfones pra menosprezar Zagallos enquanto tentavam ensinar futebol para seus verdadeiros donos.

Hoje é Felipão, Luxemburgo, amanhã será com Ronaldo, Romário, Zico, tanto faz. O Brasil não suporta vencedores. A nossa imprensa tem ódio de quem vence.

Zagallo foi patriota, militar, amava a seleção, defendia nosso futebol, acreditava no nosso jeito de jogar, tinha orgulho do Brasil e, portanto, devia ser devidamente preservado de seus merecidos aplausos. O Choquei existe há décadas, amigo. Só muda de nome, mídia e dono.

Hoje ele se foi com suas recentes internações em nota de rodapé. Não porque não importava, mas porque colocar Zagallo na capa dói. É como se a imprensa brasileira tivesse que ir ao velório de quem ajudou a matar.

Mas ainda que tenham feito uma força inacreditável, covarde e coletiva para não lhe dar os devidos créditos, os fatos ainda que deturpados não podem ser mudados.

Desculpa, Zagallo. Falo sem procuração mas sei que falo pelos bons.

E agora que venham as homenagens à la Brasil. Sempre com o corpo frio, a memória curta e a cara de pau.

Obrigado, professor! Se existir como você tanto acreditava, que Deus te dê o que nós não fomos honestos pra te dar.

Rica Perrone

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Futebol

Nunca esteve certo

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O impulso jornalistico sempre te joga pra manchete que gera clique, que gera fama, que gera dinheiro. É compreensível. Mas no futebol existe uma coisa que qualquer idiota com 2 meses de estágio percebe: falta assinar.

E assinar, irmão, no futebol, é a única coisa que realmente fecha um negócio.

Basta um telefonema. Pronto, mudou. Proposta maior. Ele vai.

Ancelotti nunca esteve acertado com a CBF. Ele ouviu a CBF e disse que, quando fosse renovar com o Real Madrid, daria prioridade pra proposta da CBF por se tratar da seleção.

E aqui vão dois jogos. O da mídia de levar a informação vinda da CBF, que vai te pautar conforme o que convém pra ela, e o do treinador em deixar isso vazar pra ganhar aumento.

Porra, juvenil!

Claro que o Real ia oferecer o aumento. E é claro que ele usaria a maior seleção do mundo pra renovar o contrato dele.

A CBF do Ednaldo foi a mais absurda CBF de todas.

Mas e agora? Agora o Mourinho recebeu uma ligação. Se foi da CBF anterior ou da que vem aí, honestamente não sei e não farei sensacionalismo na manchete pra te prender. Mas se for da nova pode haver algo.

Diniz? Ou você dá 4 anos pra ele ou não dá nada. Todo mundo sabe que demora pra funcionar. E portanto ou você o garante o cargo ou nem começa.

Hoje quem se fode é o Flu, que monta o time de 24 sem saber o seu treinador. E pior: sem ter pra quem perguntar, porque nem presidente a CBF tem.

Haja mico.

Rica Perrone

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Seleção Brasileira

Eles precisam entender

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Hoje é terça-feira e nós vamos receber a Argentina no Maracanã. A seleção patina, estranha os novos métodos, disputa uma eliminatória que não tem risco de ficar fora.

O treinador sequer é o permanente.

Estive com alguns jogadores da seleção informalmente essa semana no Rio e tentei dizer algo pra eles que me parece superficial em vossas cabeças: Brasil x Argentina não é um jogo de eliminatória.

Talvez por serem amigos, jogarem juntos na Europa, sei lá eu os motivos certos, mas aquela rivalidade que existe em nós anda distante deles. E então, meus caros, nada restará em nós que não seja esperar 4 anos pra julgar tudo como lixo ou ouro.

A seleção existe o tempo todo. De 4 em 4 anos jogamos o maior torneio, não o único. E pra sermos quem somos temos que ser protagonistas em todos eles.

As convocações de jogadores com 10 partidas de titular há décadas nos desvaloriza. Mas a CBF não entende isso. O distanciamento do torcedor é natural, os jogadores sequer jogaram no Brasil em muitos casos.

Mas será que tem alguém ali pra explicar pra eles que é Brasil x Argentina? Que a gente não quer abraços antes do jogo, sorrisos e uma atuação bonita? Só queremos ganhar.

Temos que ganhar.

Pela Copa América perdida, a Copa que eles conquistaram com ajuda de arbitragem (pra variar) e principalmente porque nós não perdemos jogos grandes em casa. Somos a maior camisa de futebol do planeta. Só que pra honra-la é preciso mais do que técnica. Precisa de sangue.

E a seleção, embora conquiste resultados, seja consistente, tenha bons jogadores e resultados, não tem sangue nos olhos.

Pra ganhar da Argentina precisa bater mais do que eles. Intimidar mais do que eles. Irrita-los mais do que nos irritam com seu anti jogo.

É preciso não ter pena do tornozelo do Messi. É um tornozelo como qualquer outro. Ou alguém duvida que eles pisariam no do Neymar?

Hoje nós vamos testa-los de vez. Se estão ali pelo treinador, pelo status ou pela seleção. E se algum jogador não suportar jogar contra a Argentina, que seja desconvocado no ônibus de volta.

Essa seleção é boa, mas reza demais e briga de menos.

Hoje é dia de mostrar quem são. Porque nós ainda não sabemos.

Existe uma geração de imbecis virtuais que torcem pela argentina e estão doidos pra gritar o nome do Messi no Maracanã. Se isso acontecer será pior do que o 7×1.

E depende de vocês se vamos rir deles ou ver os juvenis aplaudi-los.

Não é só um jogo de eliminatória.

Vençam!

RicaPerrone

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