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Carnaval

Guia da Sapucaí

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Vai “sapucar”? Então prepare-se! As dicas estão publicadas aqui e no Ouro de Tolo, mas são todas feitas pelo meu bom amigo Pedro Migão. O guia vai te ajudar a não transformar sua noite num problema. Leia, cuide-se! Faça valer cada minuto das mágicas noites de desfiles na Sapucaí.

Este é um post que já se tornou tradição neste blog: o Guia Prático do Desfilante. Este ano, entretanto, optei por fazer algo mais amplo e dar algumas dicas àqueles que irão somente assistir aos desfiles. Começarei, obviamente, pelas dicas aos que desfilarão.

Parte I – Desfilantes

Lembre-se, leitor, que o trabalho de um ano estará em avaliação e não será você quem irá atrapalhar, né? Não tenho intenção em esgotar o assunto, mas sim compartilhar a experiência de doze anos e pouco mais de trinta desfiles na avenida.

Várias escolas, em especial as dos Grupos de Acesso, ainda tem vagas em alas comerciais para desfilar este ano. Dependendo do grupo, há roupas de R$ 50 a R$ 1 mil.

1 – Retire a fantasia antes;

Lógico que isso não depende muito do desfilante, mas se puder retirar a fantasia (caso esteja pronta) cinco ou seis dias antes do desfile é bom para que se possa fazer pequenos ajustes, caso necessários.

Antes de adquirir a fantasia procure referências da ala. O risco de se envolver em uma “roubada” cai consideravelmente. Os sites oficiais das escolas, na medida do possível, também ajudam.

2 – Chegue com antecedência;

Parece óbvio, mas não é: chegue a tempo de fazer os ajustes na fantasia e de encontrar seu lugar na ala sem atropelos.

Para o Grupo Especial, basta estar lá quando a escola anterior estiver entrando na avenida. Nos grupos de acesso, meia hora antes é o suficiente, desde que você esteja pronto – um pouco antes se estiver nas primeiras três ou quatro alas.

3 – Não esteja bêbado;

Beber uma ou duas cervejas antes do desfile é salutar, relaxa e facilita. Mas não exagere. A chance de você atrapalhar a escola ou ser retirado do desfile é grande.

4 – Cante o samba;

Saber o samba e cantar o tempo todo é fundamental. E isto é avaliado no quesito Harmonia. Portanto, não atrapalhe a escola.

5 – Sem experiência, não desfile nas pontas;

“Pontas” de ala,  primeira e últimas filas são para quem tem experiência em desfilar, pois são necessárias noções do trabalho de Harmonia. Venha no meio;

6 – Esqueça as câmeras de televisão;

Ainda que seja filmado, a chance da sua imagem ser escolhida pelo diretor de edição é quase zero. Esqueça as mesmas – isso atrapalha bastante a escola.

7 – Tenha a fantasia inteira;

Muitas vezes pode parecer desconfortável, mas todas as peças componentes da fantasia são feitas para serem usadas. Isso também é avaliado pelos jurados. Obviamente, pequenos defeitos são normais, até devido ao transporte.

8 – Nada de máquinas, celulares e outros penduricalhos;

Tudo que não faz parte da roupa não deve estar lá e é avaliado pelo jurado. Deixe as fotos para depois.

9 – Se desfilar em mais de uma escola, compre um ingresso;

Facilita demais a logística. Além disso, você pode voltar por dentro do Sambódromo, o que permite um grande ganho de tempo.

Se houver disponibilidade financeira, procure um ingresso de frisa, mesmo que nos setores da Praça da Apoteose. Pode-se guardar as fantasias e fica mais fácil para se trocar de roupa.

10 – Evite desfilar em escolas seguidas;

Só faça isso se o leitor tiver muita experiência e vier em uma das primeiras alas na escola inicial. Pessoalmente, jamais faria isso, a correria e o risco de não desfilar na segunda é bastante grande.

Aliás, para o leitor que não tem o hábito, uma escola por noite é o suficiente. No Grupo de Acesso A de 2004 cometi a loucura de desfilar em quatro escolas na mesma noite. Resultado: no Tuiuti, que era a última, passei me arrastando – e com o joelho estourado…

11 – Evite o “XY”;

Esta é uma das grandes pragas dos desfiles modernos. Tirando a turma que vem na primeira e na última fila da ala, brinque, troque de posição, evolua. Carnaval não é marcha militar.

Saiba que para a fazer a curva na avenida os diretores da escola farão a organização em filas. Seja paciente como eles porque eles estão mais nervosos do que nós.

Depois que entrar na avenida não só pode como deve se movimentar em todas as direções respeitando os limites das alas vizinhas. Não permaneça em fila!! Fique atento. Olhe ao seu redor. Preencha os espaços da avenida.

Não se acumulem num lado ou outro da ala. Não se acumulem na frente da ala.

12 – Um kit de costura ajuda;

Um kit com tesoura, linha e agulha ajuda para eventuais ajustes de última hora. Experimentar a fantasia quando da sua entrega, também.

13 – Camisa não atrapalha;

O leitor ganhou uma camisa para desfilar. Não atrapalhe. Mantenha-se nas laterais da avenida, cante o samba, jamais a atravesse após o Setor 3 e respeite o pessoal da Harmonia. Você tem de dar exemplo aos demais desfilantes.

Normalmente o pessoal com mais experiência acaba sendo solicitado para ajudar na Harmonia de alas. Não faça cara feia. Ajude.

14 – Alimentação;

Consuma coisas leves. Deixe aquele lauto jantar para após o desfile. Mas também não esteja de estômago vazio.

Após o desfile procure se reidratar com energético ou água de côco, que repõem sais minerais.

15 – Sem stress;

Deixe para depois. Brinque, divirta-se, cante. É carnaval!

Obviamente não esgoto o assunto, mas o leitor que seguir estas dicas terá um desfile bastante tranquilo.

Para os leitores que gostariam de saber onde irei desfilar, digo abaixo a minha programação, lembrando que no momento em que escrevo (noite de sexta feira), ainda não está fechada;

Sexta feira, Grupo de Acesso: talvez União do Parque Curicica;

Sábado, Grupo de Acesso: Império Serrano (Apoio), Renascer de Jacarepaguá (Ala dos Compositores);

Domingo, Grupo Especial: Portela (ala “Alô Madureira”). Talvez União da Ilha, na ala “Amigos de Vinícius”;

Segunda Feira, Grupo Especial: a princípio somente assisto. Possibilidade remota de desfile na Grande Rio, mas neste caso é remota;

Terça feira, Grupo D (Intendente Magalhães): a princípio somente assisto.

Parte II – Para Quem Vai Assistir

Finalizada a parte referente ao desfilante, algumas dicas a quem irá somente assistir aos desfiles na Marquês de Sapucaí.

1 – Acesso aos Setores Pares;

É feito bem próximo à estação Praça Onze do Metrô. Se o leitor não estiver levando fantasias para desfilar, a melhor opção é pegar o metrô e descer nesta estação. Os táxis não credenciados deixam bastante longe dos acessos, e os credenciados, obviamente, são mais caros;

2 – Acesso aos Setores Ímpares

Feito por baixo do viaduto que leva ao túnel Santa Bárbara (setores 3, 5 e 7) ou próximo ao quartel da PM (9, 11 e 13). Ao contrário dos setores pares, o metrô – estação Central – deixa um pouco distante do acesso. Os táxis não credenciados deixam um pouco mais perto. Por outro lado, o trem é uma opção.

3 – Jamais vá de carro.

Simples: não tem como estacionar. Está em construção um edifício garagem para duas mil vagas, mas não está disponível e, pelo que conheço da estrutura, quando estiver será somente para veículos  credenciados. Esqueça.

4 – Se for desfilar, use o táxi especial;

Há cooperativas de táxis especiais, com tarifa mais cara, mas que por estarem credenciadas deixam a pessoa na entrada dos setores. Se estiver com fantasia, é a melhor solução – evita longas caminhadas. As cooperativas cadastradas são publicadas na imprensa na semana do carnaval.

Pessoalmente, como moro em um bairro que não tem transporte coletivo nem em dia normal, será a opção que irei utilizar.

5 – Diferenças entre os Grupos

Em dias de grupo de Acesso o tempo até o Sambódromo costuma ser um pouco menor, pois o entorno fica com trânsito menos complicado. No Especial recomenda-se sair de casa mais cedo.

Estar no Sambódromo depende do lugar em que estiver. Se for de arquibancada, recomendo chegar cedo se quiser ficar perto das grades, principalmente no Grupo Especial. Já nas frisas, como o lugar é marcado, pode-se chegar mais perto do horário de início dos desfiles.

Nos quatro dias de desfile o início será às 21 horas. Como este ano não desfilo na primeira ou na segunda escola em nenhum dos dias, pretendo estar na Sapucaí uns 20 a 30 minutos antes do início.

6 – Apetrechos a serem levados;

Uma bolsa térmica com bebidas, alguma coisa para se comer, uma capa de chuva, uma camiseta se estiver chovendo, máquina fotográfica ou filmadora. Nas arquibancadas uma almofada pequena é recomendável. Se o leitor usa óculos, como eu, um boné é indispensável em caso de chuva.

Nada de guarda chuvas, por favor. Só atrapalha. E bebidas em latas ou garrafas de plástico – garrafas de vidro são proibidas.

O crachá com o ingresso deve ser utilizado o tempo todo.

7 – Se for desfilar;

Retire a pulseira que permitirá o retorno ao seu setor após o desfile nos quiosques atrás de cada setor. É indispensável.

Nas arquibancadas há locais para se guardar as fantasias. Para as frisas, as mesmas são guardadas no local, o que facilita na hora de trocar de roupa – para quem está na arquibancada a estrutura é zero.

Não se envergonhe em ficar apenas de roupa íntima nas frisas ou embaixo das arquibancadas. Afinal de contas, é carnaval.

8 – Aprenda os sambas;

Procure ouvir os sambas antes do desfile. Cante com a escola. Incentive o desfilante se estiver nas frisas.

9 – Divirta-se;

Cante, brinque, respeite. Seu direito começa onde termina o do outro.

10 – Onde Migão estará;

Nos quatro dias estarei no Setor 3. Fila A no Acesso e Fila B no Especial. Terça feira irei à Intendente Magalhães para assistir ao desfile do último grupo.

O Ouro de Tolo terá uma cobertura especial de carnaval, com análises, fotos e áudios ao vivo. Prestigie!

 

Visite o Ouro de Tolo,

Cara a Tapa

Gabriel David: “Se a Beija-Flor cair não haverá virada de mesa”

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Filho do bicheiro Anísio da Beija-Flor e atual manda-chuva da escola, Gabriel quer mudar o carnaval. E revela como é ser filho de um dos maiores contraventores do país.

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Carnaval

Santo de casa

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Lendas urbanas são especialidade do carioca. Todo carioca tem uma história de “terror” pra contar que impressiona quem é de fora. Faz deles mais “sobreviventes”, adaptados ao perigo.

Uma das que mais ouvimos é do acordo entre bicheiros na década de 80, comandado pelo Castor, eterno patrono da minha Mocidade, que algumas escolas não poderiam ser rebaixadas nunca. Especialmente com seus patronos vivos.

Era uma lenda. Ontem passou a ter segunda temporada.

Porque? Em 18 e 17 havia um argumento, goste ou não. Mas em 2019 não há. É meramente a virada de mesa pela camisa e ponto final. De forma nua e crua, sem contestação.

Vai ficar porque vai. Porque? Porque é a Imperatriz.

Luizinho está vivo. Faz todo sentido. Não se faz justo, até pela queda do Império. Mas faz sentido dentro da lenda urbana tão replicada pelo mundo do samba em seus bastidores.

Gosto? Não. Entendo? Sim. De alguma forma, sim.  A Liga é das escolas, e elas decidem o que querem pra sua Liga. Se acham uma escola indispensável, seja por política, acordo ou pelo show, podem fazer com que as regras mudem.

Podem? Podem. As regras são delas.

Lamento? Muito. O carnaval do Rio tem se tornado um pano de fundo pra show do Luan Santana, mega camarotes de promoters celebridades, uma playboyzada que nem sabe o que está fazendo lá e um viés político idiota que nada acrescenta.  Com as viradas de mesa torna-se ainda menor a credibilidade.

Mas cá entre nós, qual a credibilidade do carnaval carioca? Em que momento de sua história ele precisou ou fez uso disso pra ser o maior espetáculo da terra?

Compramos esse evento sabendo quem estava por trás a vida toda. É um óbvio sistema onde o contraventor usa a paixão da comunidade para conquista-la, a TV compra, se torna parceira comercial, alivia pra contravenção e todo mundo sai feliz.

Quem não sabe disso?

Não gosto. Mas daí a me espantar com a decisão vai uma distância…

RicaPerrone

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Carnaval

Marielle não tem culpa

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Como a gigantesca maioria das pessoas de todo país, eu nunca tinha ouvido falar em Marielle. Quando ela morreu achei que foi um crime contra um ser humano. Não me importei com o fato dela ser de esquerda, negra, gay, mulher, usar rosa ou azul, ter cabelo liso ou ondulado.

Com os dias fui entendendo que ali nascia uma lenda socialista para uso indevido de seus pares políticos.  No enterro houve hino do socialismo. Em volta bandeiras vermelhas. E nas passeatas “pela paz” havia ideologia e campanha política. Isso gerou uma puta rejeição a uma parte das pessoas e também compreendo.

No carnaval Marielle foi citada em alguns lugares e será eternamente porque é uma representante recente da esquerda e de outras diversas pautas que não divergem entre lados, embora a esquerda tenha se apropriado de algumas brigas.

A Mangueira não fez enredo sobre Marielle. A citou. São coisas diferentes.

A Vila cita Martinho há 200 anos, ele visita o Lula na cadeia e é um petista declarado há décadas. A Beth Carvalho também é uma petista assumida, sempre citada na Mangueira. E ninguém deixou de cantar ou curtir a escola por isso.

O enredo da Mangueira cabia Marielle. A rejeição a Mangueira por cita-la é um erro, embora eu compreenda o sentimento. Mas de perto, conhecendo como conheço o carnaval, posso lhes dizer que se trata de um ambiente de gays, negros e pobres em sua maioria. E portanto eles tendem a ir pro lado que se apropriou a luta deles: a esquerda.

Eu não posso odiar Jesus Cristo por ter um bando de imbecil enchendo o saco com o nome dele.   Você não é responsável, ainda mais morto, pelo circo que fazem a sua volta.

Sim, Marielle se tornou a bandeira da hipocrisia nacional. Vide uma escola de samba que até outro dia era comandada por um criminosos ligado a traficantes e milicianos homenagear a vítima de quem fez guerra contra isso.

Mas o importante é reafirmar:  a Marielle não está fazendo nada disso. Ela está morta. Quem está fazendo show sobre caixão são outras pessoas. Quem usa droga e vai na passeata contra traficante é outra pessoa.  Os políticos que fazem discurso sobre o partido usando o corpo dela, são as piores pessoas.

A Mangueira fez o que sempre faz. Exaltou seu lado. Hipócrita? Claro! Quem não é nesse país quando abre a boca? A Tuiuti adotou um lado político pra sair do papel de figurante. É um procedimento simples e midiático em ter 30% da população engajada do que 100% dela te ignorando.

Se radicalizar pra um dos lados é mais notável do que o bom senso de centro que vê problemas e qualidades em ambos. E na dificuldade de se destacar com bom senso, se faz o show para um dos lados.

Marielle tinha boas causas. Não sei se ela “faria” o que estão fazendo com ela. Mas não podemos odiar a pedra porque a atiraram na gente. Quem atira é o problema. A pedra é só a pedra.

As causas citadas no enredo foram “roubadas” por um lado político. A estratégia dessa gente é exatamente se apropriar de lutas e classes para “obrigar” certas pessoas a estarem junto deles. É como nascer num lugar. Você é obrigatoriamente “paulista”, “carioca”.  Eles fazem isso para que você sendo mulher, negro, gay ou nordestino seja imediatamente de esquerda.  Alguns escapam, outros não.

E por isso Marielle é a bandeira deles.

Mas insisto: ela não tem culpa.

Fernando Holiday, negro, gay, de direita, sofreu um atentado a bala no seu gabinete com possibilidade enorme de ter partido de um grupo político, já que do lado de fora havia manifestação destes.

Você viu algo sobre?

Nem eu. Mas é Brasil, irmão.

Aqui o esquema é ruim só quando a gente tá fora dele. E a bala só doi se matar. Desde que mate um dos meus, é claro…

RicaPerrone

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