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São Paulo

“Ó Capitão, Meu Capitão!”

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Sujeito adoravelmente detestável, Rogério Ceni completa hoje 40 anos. Ícone de um clube que ganhou tudo após ter tido nele um símbolo de vacas magras.  Do humilde garoto que esperava sua vez ao arrogante goleiro que impossibilita contestações.

Do goleiro arrogante que pediu pra bater faltas ao que foi ao Japão jogar machucado e fazer a melhor partida de sua vida. Do início ao fim, a mesma pergunta se repete: “Quem esse cara pensa que é?”.

Imagine você que um dia um funcionário de um banco se torna goleiro do São Paulo. Mesmo na base, mesmo reserva, quem esse menino pensa que é para disputar vaga com outros tantos que treinam desde os 5 anos na posição?

Substituto do insubstituível Zetti, que acabou superado pelo então narigudo que pedia passagem.  Ceni era terceiro goleiro, um saiu, o outro infelizmente morreu num acidente de carro. Era a vida, o destino, a história de um clube articulando por linhas tortas mais páginas gloriosas.

Novato, quis sair do gol e bater faltas. De novo, perguntamos: “Quem esse cara pensa que é?”.  E ele foi, até fazer. E fez. 100 vezes.

Contestado por sua postura diferenciada, foi taxado de “líder negativo” quando o time não ganhava nada. Pobre Ceni, exigido pela incapacidade técnica de Luis Carlos, Amarildo, Fabiano Souza, Paulão entre outras “perebas” que o cercaram durante anos no Morumbi.

E ali, polêmico e afastado pela diretoria por problemas internos, Ceni deve ter se perguntado: “Quem eu penso que sou, afinal?”.  Pois seu caminho na história do clube naquele momento não era mais tão certo, assim como a marca de “não ter ganhado nada” era absolutamente garantida se fosse o fim da linha.

Mudam as diretorias, Ceni fica, o São Paulo retoma sua linha e novamente briga por títulos. Lá está ele, com fama de pé frio entre os cardeais das cativas do Morumbi, que viam o Corinthians eliminar o Tricolor em seqüência no começo da década.

Até que por insistência, trabalho, vergonha na cara e, enfim, um time competitivo ao seu lado, Ceni levanta a mais cobiçada das taças. Enfim o capitão se eterniza e agora sim, explica com fatos “o que ele pensa que é”, pois agora, de fato, é.

No Japão, um show para nunca mais sair das mais belas páginas da história do clube. E na volta, 3 brasileiros, recorde de gols, idolatria jamais vista antes no clube, uma geração de apaixonados que aumenta com a referência do capitão.

Líder nato. Símbolo de uma era, de uma camisa, de momentos bons e ruins na mesma intensidade. Rogério abre a boca para fazer sãopaulinos delirarem, rivais irem a loucura. Não por ironias baixas, mas por articuladas respostas que incomodam.

O ídolo de uma só nação, incapaz de ser ignorado pelas outras, que tentam procurar motivos para desqualificar o impossível.

Não gostar do Rogério é um direito de todo torcedor. Tentar convencer alguém de que “ele não é tudo isso” é de uma mediocridade digna de quem perde tempo com tais teorias.

Rogério é o que é. Tudo isso.

É muito fácil agradar a todos sendo o que todos esperam que você seja. Difícil é ser quem você esperava ser.

Ceni não faz o tipo do menino humilde que “nunca imaginou passar por isso”. E talvez por esta imagem incomum seja tão detestável aos seus rivais.

Não caiu no colo, não foi “Deus que quis assim”. Foi ele que tentou, fez a glória como alvo e foi buscar com trabalho.

Aos 40, pai de 2 meninas, casado, rico, ídolo, capitão, titular, ainda craque… Ele não quer parar.

Talvez por ter se viciado naquilo, talvez por de fato acreditar que pode mais.

Seja qual for a motivação, é ruim de duvidar. Esse cara que pensava ser um craque, hoje é uma lenda viva.

O conheci, não tive tempo de ser um garoto adorando o goleiro ídolo em campo. Já era jornalista, vi crescer de dentro do clube até entrevistá-lo diversas vezes naquele CT.

Vi o capitão sorrir e me dizer: “Conseguimos” na volta do Japão, vi ele dizer: “Foi foda. Ta doendo.”, após o jogo contra o Inter em 2006.

Mas nunca vi o Rogério indiferente a qualquer resultado do clube que defende.

Eu não sei se ainda moleque teria idolatria por ele como tive por Rai, por exemplo. Mas sei que se fosse torcedor de outro time o odiaria com todas as minhas forças, até ficar velho, avô, e um dia contar pro meu neto cheio de orgulho que, mesmo em outro clube, “vi Rogério Ceni jogar”.

Parabéns, “Ó Capitão! Meu capitão.”

abs,
RicaPerrone

Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

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Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

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Atlético MG

Classificação Planejada 2023 – #18

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Todo ano aquela tabela polêmica que mostra o caminho dos clubes pra buscar 72 pontos e brigar por título.

Pra que? Pra você saber se um caminho foi mais fácil que outro ou não. Pra entender quem jogou mais partidas difíceis em casa ou fora e portanto compreender o que a tabela lhe ofereceu até aqui.

As tabelas não tem relação entre si. Cada tabela é pensada pro clube em questão apenas.

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São Paulo

Isso é futebol! O resto é esporte

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Nos acostumamos a fazer contas, analisar pontos e desempenho. Números, números e mais números. Parece até um esporte.

O futebol nos pega pelo ídolo, o momento, o imponderável, a expectativa de reverter o cenário em segundos. O futebol é um entretenimento que movimenta sentimentos e por consequência disso, dinheiro.

Não há dinheiro sem entretenimento. E para isso é fundamental o que muitos chamam de “loucura”. Ora, “loucura” é esperar que os de sempre entreguem mais do que o de sempre.

Ou pior: esperar que um parque de diversões sobreviva sem novas atrações, sejam elas tão boas quanto anunciadas ou não. A gente quer esperar algo melhor, mesmo sabendo ser improvável.

São 20 times. Só um campeão. Como podemos fazer os outros 19 serem interessantes, portanto?

Com ídolos. Expectativa, atrações, novidades, discussão, paixão.

Pra isso os maiores times do mundo jogam dinheiro pela janela contratando revelações que em sua maioria não dão certo.

O Real Madrid pode fazer 10 jogadores em sua base. Os dez teriam que ser campeões de tudo pra causar o impacto da chegada de um grande craque. E é disso que vive o futebol quando a vitória não é garantida.

Se é que algum dia ela foi.

James é expectativa, curiosidade, assunto, camisa, chegada, apresentação, euforia, oba-oba, talento bruto.

Se vai dar certo em campo, não sei. Gostaria. Até apostaria, pois acho craque. Mas quando o futebol brasileiro entender que a venda é de entretenimento e não de resultados, saberá que ele se pagaria mesmo se mal jogasse.

Como ainda não sabem, pode sair caro. Mas ainda assim, ver a torcida tricolor mudando o patamar da expectativa em horas é algo que o dinheiro compra. Se chama James Rodriguez.

RicaPerrone

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