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Flamengo

O complicado Flamengo 2011

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Você, rubro-negro, tem mil perguntas em sua cabeça sobre os “porques” do time ainda não ter engrenado. E na medida do possível, sem ter conversado com o Luxemburgo, vou tentar explicar.

É claro que isso é apenas a minha leitura do jogo. Mas, conhecendo os trabalhos do Wanderley, não acho que ele pense muito diferente disso não. Quem sabe ele não me manda um e-mail pra dizer se estou louco ou certo?

Pra não ficar um texto longo e chato, vou na base de perguntas e respostas.

Este é o Flamengo que tem jogado. E não é difícil entender porque ele não funciona.

Em tese são 2 meias, 2 laterais, 2 volantes, 2 atacantes… tudo normal. Mas não é bem isso que está acontecendo e tem seus motivos.

Porque o time não consegue criar muitas jogadas de gol?
Porque os dois laterais do Flamengo estão presos a marcação. Os volantes são “segundos volantes”, e portanto ficam menos. Sem ritmo, com uma zaga fraca, Leo e Jr Cesar ficam. E quando ficam, centralizam o jogo do Flamengo.

Imagine na sua cabeça, lentamente. O volante pega a bola e vai construir um ataque. Se não houver opções pelas alas, significa que TODOS os seus jogadores estão de costas pro adversário. Ou seja, você só tem como alternativa a jogada central, lenta e girando a cada bola recebida. É muito fácil marcar isso.

Porque o Luxemburgo não arruma?
Porque se ele colocar o Fernando pra fechar vocês matam ele. Se ele tirar o argentino antes do jogo vocês fazem campanha “Botinelli titular”, e se ele tirar o Ronaldinho alguém la dentro o demite.  Ou ele espera os laterais darem opção e chegar um primeiro volante que consiga liberar um pouco mais os laterais, ou o Flamengo está morto.

Quem sai pra entrar o Airton?
O Airton seria, como foi em 2009, o cara que protege a defesa pro time poder sair com mais tranquilidade. E deve sair o argentino, que não vingou como era esperado e ocupa uma posição no campo que não é tão fundamental assim, já que ele não é o 10, nem o 8, nem volante. Ele é um “Ricardinho” do Corinthians.

Quando o Luxemburgo sonhou com o Fla 2011, ele sonhou com isso:

 

Agora vamos distribuir as culpas?

Ele não contundiu o Maldonado, não levou 6 meses esperando um lateral esquerdo, não machucou o Léo, não fez o Deivid desaprender a jogar bola e nem acreditava, como vocês, que o Ronaldinho seria tão irregular e pouco produtivo em jogos importantes.

Problemas que desmontaram sua idéia original e fez com o time tivesse que ser refeito durante a temporada. Ainda assim, perdeu 1 jogo só. Alternou entre boas partidas e partidas horríveis, o que não dá 100% de razão a quem acha tudo uma porcaria, nem a quem acha um paraíso.

Mas a má atuação do time tem tanto a ver assim com os laterais não estarem bem?
Sim, tem tudo a ver. Nenhum time consegue jogar ATACANDO sem eles. Você contra-ataca bem, que aliás, é algo que o Flamengo fez bem quando vencendo Ceará, Avaí, etc. Mas quando ele precisa agredir, com a zaga rival postada, sem laterais é uma tragédia.

Você repete o que eu sugeri acima. Agrida uma zaga postada com todos os seus jogadores no meio e de costas. Não tem como! Você vai perder a bola.

Porque o Deivid não joga?
Deve ser algum problema DELE, somado ao fato de que centroavante, de costas, normalmente não joga nada.

Tem como corrigir?
Tem, e pra isso é preciso soltar os laterais, além deles estarem bem.  Mas você abre mão da dupla de segundos volantes do Fla? Não. Então, precisa de um terceiro, mais preso, a frente dos beques. Este é Airton. Chegando, ele muda o time e o Wanderley poderá, se não inventar nada, fazer isso:

 

Isso significa que sem o Airton não tem cura?

Tem, mas ele teria que fazer algo assim: Williams preso (o que inibe as subidas do Léo), o Thiago e o Ronaldinho mais abertos, os meias fechado.  Pode até funcionar, mas não me parece um caminho tão simples tendo atrás uma zaga fraca que não pode ficar aberta em momento algum. Se ficar, toma.

 

Então o Flamengo 2011 tem conserto?
Claro que tem! Um time que não se encontrou pra dar espetáculo, que não convence mas que perdeu 1 partida em 6 meses é o que? Um time competitivo, no mínimo.

Seu técnico não quer só resultado. O Luxemburgo não é covarde, não joga atrás. E obviamente não está feliz com o que está vendo. Mas cobrar só dele, tendo em campo algumas peças que não funcionam e um time “torto” na sua montagem eu acho injusto.

O quanto o Ronaldinho prejudica o time?
Muito! Você, com ele no grupo, não faz a coisa funcionar em função dele? Então. Se ele não está bem, se ele não consegue virar o jogo, se não se livra da marcação e também não cava as faltas por estar perto da área…. você joga com um a menos esperando raros momentos de ter “um a mais”.

Ele erra?
Erra! Eu discordo de algumas alterações, discordo do Wanderley no ataque, discordo de um ou outro posicionamento. Mas não conheci um técnico que me fez concordar 100% com ele.

O índice de “erros claros” do Luxa não é alto.  Alto é o índice de sumiço do Ronaldinho, por exemplo, em jogos mais complicados.

O Flamengo que eu escalaria, hoje, sem Airton, é diferente do time do Luxemburgo. Mas ele viu esse time treinar, eu não.

O Airton conserta uma parte disso. O restante é individual e cabe aos jogadores, todos adultos e profissionais, buscarem seu melhor condicionamento técnico e físico.

O disque dentuço é absurdo. E imaginar que isso seja também seja responsabilidade de um treinador é um pouco de exagero.

Como também é exagero achar que o Luxemburgo “pediu” Fernando, David, Wellington, Wanderley, etc. Ele pediu o Alex Silva, o Essien, o Kaka, o Luis Fabiano…

Tem grana? Não. Tem 50 mil por mes. Entao me da Fernando, David, Wellington, Wanderley…

Que treinador é burro de pedir material ruim pra trabalhar? Ele pede o que dá dentro do que pode ser gasto.

Eu repito: O Flamengo tem problemas, mas tem qualidades. O time está meio torto, ainda não se achou, mas, ao meter a mala no Luxemburgo na dose sugerida por alguns é um enorme passo pra se complicar.

Esta “culpa” toda em cima do Luxa só diz uma coisa pro time: “Pode jogar mal. Se der merda, ele que roda.”

É esse o recado?

Acho que não.

abs,
RicaPerrone

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Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

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Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

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Flamengo

Filipe Luis: meu calado favorito

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Era 2014. Eu escrevi ou falei alguma coisa sobre o tal do Filipe Luis lateral da seleção. Meu telefone tocou já tarde da noite e era uma mensagem de um amigo empresário do futebol que me dizia “eu concordo com 90% do que você escreve, mas sobre o Filipe você está errado”.

Eu havia dito que ele era um lateral muito burocrático. Que era muito bom jogador mas que eu tinha dúvidas da capacidade ofensiva dele.

Só que esse amigo é amigo também do Simeone. E ele me explicou que não era uma opção. O Simeone jamais daria liberdade naquele time pro lateral dele criar ou ficar indo a linha de fundo. Que o Filipe jogava muito dentro do que permitiam.

Ok, ouvi, guardei. Ele acabou não indo pra Copa, seguiu na Europa, saiu e voltou pro Atlético e nunca consegui ve-lo jogando com mais liberadade pra mudar de idéia até ele chegar ao Flamengo.

Um dia, já em 2023, um dirigente do meu SPFC me perguntou: “O que voce acha do Filipe Luis? Ta velho?”.

Respondi que não. Que caberia na zaga ou na lateral do Tricolor ainda. Hoje sei que a oferta foi feita, mas ele não aceitou. Tirando esse erro brutal de sua carreira que foi não ter jogado no SPFC, Filipe fez tudo certo.

Tão certo que é até constrangedor avalia-lo. Onde ficam os “poréns”?

Final de 2022 Filipe e eu conversamos pelo whatsapp e ele me disse algo que me deixou ainda mais seu fã. Falavamos sobre a Copa, a chance dele talvez estar nela, e eu brinquei que ele poderia ser chamado pra ser auxiliar do Tite. Ele me disse que se chamassem pra carregar as redes de bola no treino ele iria só pra estar com a seleção na Copa.

Cara, isso é muito foda. Ele falou isso em off, não pra ir pro ar e parecer interessado. Ele realmente abriria mão de tudo pra estar lá e ajudar a seleção. E eu ainda brinquei com ele (falando a verdade) que também pararia a carreira se me levassem pra empurrar as malas dos jogadores, meramente pra estar ali.

No final deste ano ele me ligou e combinamos de almoçar. Não o conhecia pessoalmente, só a relação comentarista/comentado mesmo. E em algumas horas eu conheci alguém que era exatamente como eu jurava que seria. Sereno, educado, cabeça boa, focado. Outro patamar, como eles gostam de dizer.

E por algum motivo que não me lembro qual, chegamos numa discussão sobre “poder”. E no meio disso eu falei pra ele que o “poder” é um equívoco, porque ele só te mata aos poucos em troca de ego. O “poder” que importa é outro. É o “poder” olhar seus filhos orgulhosos de você. “Poder” ver orgulho nos seus pais por quem você se tornou. “Poder” vencer sem ter prejudicado em ninguém.

E caraca, Filipe. Como tu é “poderoso”, irmão.

Quandos “podem” contar o que você conta? Quantos “podem” dar a sua família o que você dá pra sua? Quantos “podem” dizer que venceram na vida sem sombra de dúvida ou espaço pra interpretações?

Eu vou sentir muita falta daquele lateral meio calado, “burocrático” do Simeone e bem mais criativo do Jesus. Vou te dizer até que você não é um dos meus preferidos, pois óbviamente eu vou preferir um passado do futebol mais técnico e lento. Mas você foi o primeiro lateral brasileiro que hoje o mundo considera o ideal.

Você é a virada de chave. O lateral que joga, mas que marca. Alto, que cabeceia se precisar, que vira zagueiro, vira ponta e que não depende de dribles mágicos pra se tornar fundamental.

É o futebol de hoje. E por pioneirismo ou vocação, você foi o primeiro a entende-lo.

Boa sorte, Filipe! E muito obrigado por tanto.

Agora descansa que pelo jeito vou passar os próximos 20 anos discutindo se você escalou bem ou mal, se mexeu certo e se deve permanecer ou ser demitido. Porque é óbvio que você será protagonista no que quer que seja.

RicaPerrone

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Flamengo

Flamengo vive entre o alívio e a dor

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Não há prazer na Gávea. O que o Flamengo se transformou nos últimos anos é um projeto muito improvável de se tornar o Bayern do Brasil e conquistar todos os títulos meramente por obrigação de mantê-los.

O torcedor mais novo comprou o barulho. Acreditou na ideia e agora sofre com qualquer coisa que há poucos anos seria considerado um “resultado normal”.

A mídia embala, os influenciadores inflamam, e o Flamengo virou um clube que só alterna entre o alívio e a dor, excluindo o prazer.

Que graça existe na glória se ela for rotina? Se é glória, não é comum.

Entendo que o investimento é alto. Mas entendo o suficiente de futebol pra saber que onde se compra resultado com garantias é na Europa. Aqui, berço de craques, nunca se sabe se o que você comprou o rival não vai lançar da base. Ou se o treinador vai surtar, se o jogador vai cheirar, se o grupo vai rachar.

Aqui são outros 500. E mesmo que seja 2 mil, 500 ainda mudam resultados.

O Flamengo evita perder títulos. E isso é um absurdo tão grande que eu chego a sentir pena do que virou torcer pro Flamengo.

Hoje fala-se em “salvar o ano”. Ok, então ser campeão brasileiro é salvar o ano e não conquistar algo incrível? Que merda que deve ser viver na cabeça desse torcedor. Ele busca a glória como alívio e qualquer insucesso como tragédia. Não há gozo. Só dor e alívio.

Se o Flamengo ganhar o Brasileiro – e pode – será incrível! Não uma “salvada” no ano ruim.

Desde quando não ganhar a Libertadores é vexame? Como você, torcedor não acéfalo, compra esse discurso sensacionalista vazio de quem quer te pegar no calor da derrota pra vender clique?

Você está indo buscar um título enorme em cima de um rival. Se isso te soa como “salvar o ano” ou aliviar o que deu errado, você morreu pro futebol. A soma da arrogância de parte da diretoria do Flamengo com a soberba natural da torcida e a validação midiática do absurdo transformaram o Flamengo numa máquina de memes.

Porque não dá pra ser só grande e disputar títulos? Quem evita perder algo que não lhe pertence? Porque é tratado assim todo campeonato que o Flamengo disputa?

A Flapress sempre fez mal ao Flamengo. Hoje ela está somada a alguns influenciadores que não carregam a obrigação da isenção mas inflamam ainda mais a torcida nas horas de derrotas comuns.

Que sentido tem terminar o ano brigando por um título e ao invés de euforia só se fala em “salvar ano”?

Quem dera meus anos todos fossem salvos com um título brasileiro.

Desfrutem. Ser Flamengo não pode ser um peso, mas sim um prazer.

Vê-lo brilhar, lembra? Então…

RicaPerrone

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