Joel Santana, que fez o mesmo no Flamengo 2007, parece ter enfiado na cabeça dos caras: “Não temos time pra jogar um bolão e nem pra ir pra cima de alguns outros grandes. Então, jogamos dentro do que podemos”. E o time não inventa, pelo contrário, inventa até pouco. Devia ousar mais.
Ontem contra o Santa Cruz o Botafogo repetiu a jogada do primeiro ao último minuto de jogo, como aliás, tem feito muitas vezes.
Nem acho tão necessário assim essa forma de jogar. Acho que o Botafogo tem sim que atuar de forma menos ousada que os demais por ter um time mais limitado, porém, não precisa exagerar na dose.
É uma filosofia de jogo que nunca concordei em caso de time grande. Mas, que funciona.
Eles se fecham, tem uma saída de bola fraca da defesa pro ataque, então lançam o Loco Abreu. Ele ganha a bola de cabeça, ela fica com o Herrera ou o Lúcio, que imeditamente abre numa ala para cruzar enquanto os 2 se posicionam na área pra fazer.
O resto do time não chega muito, tirando o Marcelo Cordeiro que se aproxima mais em virtude do Lúcio abrir mais pelo outro lado.
E fica nisso.
Toda jogada o Botafogo tenta a mesma coisa, até porque sabe que a chance do Abreu ganhar a bola é muito grande, logo, ela pode sobrar em condições de contra-ataque para um dos seus.
Jancarlos, que é ofensivo, fica com pouca utilidade. E o Fahel vive cobrindo suas costas, mas a toa. Se ainda desse tempo do Jancarlos chegar no ataque antes do lance ser concluído, vá lá. Mas não, é tudo muito rápido.
E funciona.
Um bom jogo ontem em Recife, onde o Santa Cruz peitou o Fogão sem medo e sem frescura. Perdeu, como outros tantos, porque a camisa pesou e porque este sistema de jogo do Bota é realmente competitivo. Força muito o rival a chutar de fora, inclusive, já que ficam 3 lá na frente e existe um buraco entre o ataque e o meio. Assim, o rival vem com a bola tranquilamente na intermediaria até perto da área.
Quando bate.
E ontem, quando bateu, o Jefferson pegou tudo que sabia, o que não sabia e o que não podia.
1×0, Fogão.
Com a mão na vaga pras oitavas, já na final do Carioca, jogando um futebol pragmático, repetitivo, mas competente.
Abs,
RicaPerrone