Fluminense
E a bola puniu…
Fluminense e o Impossível. Um caso de amor sem hora pra terminar, mas cheio de história pra contar.
Hoje, diante de seu traidor, era dia de vingança. O torcedor tricolor queria os três pontos, é claro! Mas acima disso queria poder vencer e dizer para um sujeito do outro lado que não, não foi ele. Foi o Fluminense o campeão de 2010.
Dizer através de uma vitória que é possível brigar pelo título sem ele. Que o Fluzão se faz gigante por si só, sem precisar de nenhum salvador da pátria pra isso.
E foi dito com doses de crueldade.
Se a lição era pela força do time, foi dada. Se era pra tirar o Santos da briga pelo caneco, idem.
Mas não era só isso. Tratava-se de “exemplo pros filhos”, lembra?
E os nossos filhos merecem saber que não se desiste nunca. Merecem e devem aprender que não se subestima um gigante enquanto ele ainda respirar.
Nossos filhos ouvem dizer que a bola pune, mas é bom que eles saibam que nem sempre ela acerta o alvo.
Hoje, acertou.
Porque mesmo com Neymar em tarde inspirada, o Santos não pode aceitar ir ao Japão refém da esperança de uma jogada do craque. É preciso mais, é preciso ousar e agredir.
Palavras que não constam em um certo dicionário.
Dicionário que não consta, também, sequer “palavra”.
O torcedor do Flu aceitaria qualquer coisa neste campeonato, menos ver Muricy ganhar este jogo no Rio de Janeiro e “tirar” o Fluzão da briga pelo título.
Seria um atestado de “Sem mim, não dá”. E mesmo que não fosse, ele faria parecer .
Quando Digão, jogador ignorado por Muricy fez falta em Renteria, aposta do mesmo, e foi expulso, tudo caminhava para uma noite de consagração.
Ele teria afastado o zagueiro violento que bateu no jogador que ele mandou trazer e que, em seguida, empataria a partida.
Muricy vencia, sozinho, uma multidão de torcedores que nunca engoliram a “pipocada” do professor.
E quando nada mais indicava outro final, surge uma bola parada, um zagueiro sem grande técnica e um gol de cabeça.
Marca registrada de Muricy e todo seu pragmatismo, agora contra ele.
E aí sim, enquanto o time se atirava no chão comemorando a vida no campeonato, o torcedor saboreava a mais doce vingança.
O Santos está fora da briga. O Fluminense, sem Muricy, mais firme do que nunca.
Dizem que “a bola pune”.
Então… puniu.
abs,
RicaPerrone