Não exatamente sobre sua competência, mas sobre sua modernidade.
O Cruzeiro de 2013 jogava um belo futebol. O de 2014, nem tanto. Fechou o campeonato campeão com facilidade e me perguntei se era mero acaso aquele monte de gols de cabeça. E então veio o Palmeiras, outra boa campanha, e mais gente percebeu isso.
Então resolvi não ser injusto e ir buscar nas estatísticas o que há de verdade sobre os times do Marcelo. E sim, é disparado o treinador que nos ultimos dois anos mais vê se time fazer gols de cabeça. O triplo da média.
O Palmeiras tem 18 gols de cabeça neste campeonato. A média é de 6 gols de cabeça por time. É um dado pouco contestável.
O que não conseguimos ver pelos números é se ele se limita a isso ou se tem uma jogada de bola parada que só ele sabe e que ninguém consegue marcar.
Eu odeio o futebol do Muricy. Odeio! Acho a pior coisa que aconteceu no futebol brasileiro a sequência Parreira/Muricy/Roth. Campeões de um futebol que nos distanciou do que somos. Um futebol que olha so pro resultado e não importa como. Funciona? Funciona. Mas tem sua metastase.
Marcelo ainda não me convenceu ser um treinador moderno. Competente, sim. Mas talvez não seja exatamente o que chamamos de “novo”.
Afinal, veja você, os mais “bem treinados” times do Brasileirão aos olhos da maioria são Grêmio e Corinthians. Certo?
Cada um deles cruzou 340 bolas na área no Brasileirão e fez 5 gols de cabeça. O Palmeiras cruzou 543. Fez 18.
Achei que pudesse ser acaso. Em 2014, o Cruzeiro fez 21 gols de bola parada, cruzou mais de 700 bolas. A média do campeonato era de 9 gols de cabeça por clube.
Há uma discrepância grande no que chamamos de “novo” e o que avaliamos que “funciona”. E se por um lado o Palmeiras precisa de um título a todo custo e o conceito seja aceitável, não é exatamente justo colocar Marcelo na lista dos que “reformulam” o futebol brasileiro.
abs,
RicaPerrone