Sim, o lixo da sociedade!

Uma vez eu disse numa live que a imprensa era o lixo da sociedade.

Frase forte. Deu alguma polêmica, mas a parte mais divertida disso é ter 90% dos colegas concordando em off e no ar não podendo dizer o que pensam por motivos óbvios.

Você ouve de 9 a cada 10 jornalistas num bar que o nível está baixo. Mas o corporativismo burro é aquele que permite a deterioração de uma classe em troca de ficar bem com todo mundo.

Hoje eu consigo afirmar sem nenhum medo de errar que vivemos o pior momento da imprensa em todos os tempos. Hoje ela milita, vende espaço, vende notícias falsas e coloca a narrativa que quer a troco de cliques desesperados de quem está falindo aos poucos.

Pior do que falir. Perder o respeito do povo. O que já aconteceu, convenhamos.

Enquanto alguns brigam como sindicalistas pela classe outros como eu expõem os absurdos pra que a gente melhore. Adivinha quem tá contribuindo de fato? Enfim.

Nosso Anderson morreu. A primeira manchete da Globo era a morte. A segunda era que ele havia assumido ser bi e relembrando uma falsa acusação de estupro contra ele.

Eu pergunto ao editor: porque? Pra que? Ele está morto, levou alegria a vida toda, atendeu a vocês sempre. Porque a manchete da morte dele é essa? Porque a lembrança é essa? Ninguém lembrava.

E então o maluco que o acusou surgiu de novo, óbvio. Viu oportunidade. A imprensa agora noticia cada frase do sujeito que fez falsa acusação de estupro com credibilidade e espaço relevante.

Vamos aos fatos?

Um maluco que casou com si mesmo e fez uma falsa acusação de estupro. Um cantor adorado pelo Brasil que nunca fez mal a ninguém. Qual o sentido em dar espaço pra o primeiro falar do segundo no momento da morte dele?

Chamar o cara de “ex”? Cacete, o que tem no coração do cara que faz essa notícia? No cérebro claramente nada, mas que tipo de ser humano vê uma família aos prantos e ressuscita um assunto morto que o deprecia?

Isso dentro de uma Globo. Fosse num blog qualquer de um alucinado por espaço, compreenderíamos pela insignificância. Mas numa Globo?

O crime já foi relativizado por ideal. Agora vamos usar pessoas mortas pra achar polêmica enquanto o corpo é velado? Pior! Um parceiro da casa que sempre esteve ai quando convidado.

O Brasil precisa de fatos pra poder combater o mal. E enquanto os responsáveis por entrega-los ao povo se submeter a venda escrota e sem critérios de cliques custe o que custar, seguiremos com narrativas, pão e palhaço. O circo já somos.

Que você, caro editor jornalista que está dando esse espaço, tenha uma vida feliz e que quando morrer seja anônimo. Porque se tiver alguma notoriedade pode colher a linha que ajudou a plantar.

Sim, é o lixo da sociedade.

RicaPerrone

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