Tá pintando. Ainda não é, mas deve ser. Aliás, torço pra que seja.  Não porque eu seja corintiano, muito pelo contrário, mas porque acredito no que meus olhos vêem e quero ver cada vez mais.

Vejo neste Corinthians algumas características do nosso futebol que tanto tentamos buscar de volta. Vejo muito mais do que um time “certinho” e “retranqueiro” como alguns analisam superficialmente.  Vejo futuro.

Um time que toca a bola no chão. Um time que se mexe, que usa a técnica e não a transforma em gracinha. Faz uso de todos os seus recursos para marcar, retomar a bola e buscar o gol. Ponto.

E então entra o mais interessante ponto que o jogo de hoje mostrou.  O Corinthians não muda.  Os outros que devem se adaptar ao seu jogo para tentar vencê-lo, enquanto ele se limita a propor o que treinou e o que está preparado para fazer.

É o mesmo time do primeiro ao último minuto, ignorando completamente as possíveis “confusões” que o adversário pode tentar lhe causar com uma ou outra surpresa.

Vá com 3 volantes, com 3 atacantes, não importa. O Corinthians ignora e faz rigorosamente aquilo que treinou pra fazer.

Um processo. Uma repetição de movimentos e passes que invariavelmente termina lhe dando opções de vencer.  Aproveitando a enorme maioria delas, óbvio, o título torna-se consequência.

Mas quantos hoje, aos 30, sem conseguir penetrar, mudariam pra ligação direta?

Todos, eu garanto.  Ou quase todos, sendo muito otimista.

O Corinthians se manteve convicto do que fazia empatando, vencendo e até com o adversário com um a menos.  O controle do jogo é deles até quando a posse de bola não é.

E este time que se impõe de véspera, que entra em campo pra ser batido e não pra “surpreender” alguém é parte do que perdemos em meio a tantos delírios conceituais nos últimos 30 anos.

O Flamengo tentou surpreender o Corinthians e foi ignorado. Como aliás, todos foram até aqui em 2015. Até mesmo os que conseguiram vencê-lo.

abs,
RicaPerrone