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Tevez, o troféu

Eu não consigo entender essa mania nacional de ver sempre o lado ruim das coisas antes de tudo. Não entendo o auto-menosprezo que o brasileiro tanto insiste em carregar, mas… me acostumei com ele, digamos.

A “bomba” é que o Corinthians oferece 40 milhões de euros para ter Tevez de volta. O que imediatamente gera a reação padrão: “Que loucura!”.  Quer saber? Eu acho sensacional!

Nós exaltamos o estilo europeu de administração. Quando falam que eles devem milhões, ignoramos a notícia. Quando um brasileiro deve, batemos na tecla por meses.

Nós achamos o máximo o “poder economico” dos caras. E lamentamos sempre por sermos os coitadinhos que “não tem como competir”.

Nós babamos ovo pros caras até no que eles não merecem. E quando um time brasileiro sai da série B, arruma grana pra ter Tevez por valores europeus a gente vai reagir com críticas?

Que diabos nós queremos, afinal?

Andres, que é odiado e adorado como todo cidadão que tem opinião forte e cargo importante neste país, está dando AULA de gerenciamento de marca pra todos os clubes daqui.

O primeiro presidente a ver que ninguém na Europa trata contratação como gasto, mas sim como investimento. O primeiro a meter a mala e colocar um Ronaldo em campo ganhando uma fábula.

Aí vem o entendido e diz: “E ganhou o que?!”.

Eu tenho pena de quem acha que futebol se resume a ganhar ou perder, sério.

Um presidente de clube precisa entender que fazendo sua marca ser discutida o ano todo pode valer mais do que ser campeão em dezembro.  O futebol tem 12 meses por ano, e a mídia fala do campeão apenas 1 mes. O resto ela fala de quem dá pauta. Ronaldo é uma pauta diária ambulante.

Tevez será.

E isso será, uma hora ou outra, refletida em valores. Pois assim funciona no mundo todo, em todos os ramos, assim funcionará no futebol.

O Brasil vive um momento bom na sua economia. Cresce a cada dia, tem ótimos indícios de uma nova era.

Perfeito? Longe disso. Mas andando na direção certa.

E os frutos disso também vão aparecer no futebol. É natural.

Um clube brasileiro valia 23 milhões pra TV em 2008 e mais 22 de patrocinio de material e camisa. Suas principais receitas somavam 50 milhões num ano.

Hoje, 3 anos depois, este mesmo clube vende os patrocinios por 50 e a TV por 110. São 160 milhões.

Segura essa, eu sei que vai doer no estômago dos azedos: O futebol brasileiro cresce horrores ano a ano!

Doeu? Olha em volta.

Na América do Sul estão TODOS quebrados, falidos, sem grana pra comprar nada e nem manter jogador regular. E nós, destoando, sem ter um continente forte pra ajudar o mercado, estamos triplicando nossas receitas e investimentos.

Tudo isso, note, com dirigentes amadores.

Imagine se fosse sério isso aqui?

Tevez no Corinthians não é loucura. É evidência de sucesso e crescimento.

Veja o que é o futebol…

Há 4 anos você acharia um absurdo contratar um jogador de 20 milhões de reais parcelado em 4 vezes de 5 milhões sendo que ele é um astro?

Então. Este valor representava 20% da receita de TV do clube. Mesmo % que o Tevez custará ao Corinthians tirando da mesma fonte de receita.

Não é loucura. É crescimento!

O Flu, investindo alto, teve retorno em campo e agora fora dele.

O Fla, idem, hoje tem um time galático, sem patrocinador, e com salários em dia. Ah, e falando em buscar atacante por mais de 10 milhões.

O Corinthians de Ronaldo e R. Carlos hoje tem Adriano, Sheik, Alex…

O São Paulo de Lucas e Luis Fabiano busca um meia de alto padrão.

O Palmeiras tem 3 caras no elenco ganhando mais de 500 paus.

O Inter tem um time que dispensa comentários.

O Santos segura Neymar, Ganso e ainda vai buscar Elano   e Robinho…

Aí o azedo dirá: “Mas isso é com investidor, traffic, DIS, etc…”

E na europa é com o que, cara-palida?  E uma empresa faz investimentos atráves do que, infeliz?

O futebol brasileiro está forte! Mesmo mal administrado e cheio de pessimismo, ele cresce enquanto todos afundam.

E o Tevez, por 40 paus, seria um troféu delicioso de colocar na prateleira.

Boa sorte ao Corinthians nessa. Porque se ele vencer, vencem todos.

abs,
RicaPerrone

 

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