Connect with us

São Paulo

17 de junho de 92

Published

on

Hoje o dia mais feliz da minha vida completa 25 anos. E eu não tenho o menor pudor em dizer isso porque nunca menti em nenhum dos meus casamentos, eventuais formaturas (que sequer compareci) ou outras festividades.  Nada na minha vida foi mais incrível que o exato momento da foto acima. Quando Zetti pega o pênalti de Gamboa.

Eu tinha uns 14 anos. Minha vida era resumida em fazer merda na escola, passar de fase no video game, jogar botão e acompanhar o São Paulo como um doente apaixonado.  Eu diria até que a escola, os botões e o video game eram complementares ao clube.

Na escola eu ia pra discutir futebol. No video game pra jogar futebol. E jogava botão pra colocar o São Paulo em campo. Em resumo, em 1992, minha vida era o São Paulo.

Naquele dia, após ter ido a todos os jogos no ano anterior e naquele na capital, eu senti algo novo. Não sou da geração que ganhava Libertadores. Na minha ela era marginalizada. Tanto que o SPFC até quis abandonar o torneio.  Mas foi indo, indo, indo…. e estava na final.

Quando na final, o torneio cresce. Mas a Libertadores, ao contrário de outros tantos criados por aí, era um gigante adormecido e não um anão fantasiado.  Quando pisei no Morumbi naquela noite, ainda era umas 17h tamanha minha ansiedade, eu senti que algo especial estava acontecendo.

Não sabia que era tão especial.

O jogo, o drama, a casa cheia, o som ambiente. Os pênaltis, o Rei Rai, o monstro Zetti, o predestinado Macedo.  O Galvão Bueno narrava na Gazeta! Quem diria?

E nos pênaltis que vi de joelhos, soltei as lágrimas mais sinceras da minha vida.  Eu nunca chorei tão honestamente. Nunca agradeci a deus com tanta convicção de não falar sozinho. Eu nunca fui tão feliz quanto naquela noite.

É vazio. Claro. Você tem uma vida e o futebol não pode jamais ser o motivo maior dela. Sinal que sua vida é tosca, não que o futebol é maravilhoso.  Mas aos 14 anos, convenhamos, eu tinha o direito de ter uma vida resumida a futebol.

Aquele campo invadido, o abraço no meu pai, a festa no clube, o placar dando dia e hora do Mundial de Clubes. E eu só olhava e chorava, cantava, gritava.  Me enrolava na bandeira, beijava o escudo, como que tentando agradecer por ser parte daquilo.

Ali eu já tinha meus mais de 300 jogos no estádio. Fácil. Frequento absurdamente desde os 3 meses de vida.  Mas ali eu entendi o que era futebol, pra que servia estar no estádio e o quanto as pessoas que acompanham pela TV não tem idéia do que estão discutindo quando falam de “viver futebol”.

Naquele dia eu descobri o tamanho do São  Paulo, o poder do futebol na vida das pessoas e o quanto é marcante “estar lá”.  Eu estive. Estarei sempre. Jornalista, empresário, idoso, solteiro, casado, pai, avô. Tanto faz. Aquele é meu lugar. E aquele foi o melhor dia para se estar nele.

Salve 17 de junho de 1992. O melhor dia da minha vida, ate hoje.

Saudações tricolores,
RicaPerrone

Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

Published

on

Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

Continue Reading

Atlético MG

Classificação Planejada 2023 – #18

Published

on

Todo ano aquela tabela polêmica que mostra o caminho dos clubes pra buscar 72 pontos e brigar por título.

Pra que? Pra você saber se um caminho foi mais fácil que outro ou não. Pra entender quem jogou mais partidas difíceis em casa ou fora e portanto compreender o que a tabela lhe ofereceu até aqui.

As tabelas não tem relação entre si. Cada tabela é pensada pro clube em questão apenas.

Continue Reading

São Paulo

Isso é futebol! O resto é esporte

Published

on

Nos acostumamos a fazer contas, analisar pontos e desempenho. Números, números e mais números. Parece até um esporte.

O futebol nos pega pelo ídolo, o momento, o imponderável, a expectativa de reverter o cenário em segundos. O futebol é um entretenimento que movimenta sentimentos e por consequência disso, dinheiro.

Não há dinheiro sem entretenimento. E para isso é fundamental o que muitos chamam de “loucura”. Ora, “loucura” é esperar que os de sempre entreguem mais do que o de sempre.

Ou pior: esperar que um parque de diversões sobreviva sem novas atrações, sejam elas tão boas quanto anunciadas ou não. A gente quer esperar algo melhor, mesmo sabendo ser improvável.

São 20 times. Só um campeão. Como podemos fazer os outros 19 serem interessantes, portanto?

Com ídolos. Expectativa, atrações, novidades, discussão, paixão.

Pra isso os maiores times do mundo jogam dinheiro pela janela contratando revelações que em sua maioria não dão certo.

O Real Madrid pode fazer 10 jogadores em sua base. Os dez teriam que ser campeões de tudo pra causar o impacto da chegada de um grande craque. E é disso que vive o futebol quando a vitória não é garantida.

Se é que algum dia ela foi.

James é expectativa, curiosidade, assunto, camisa, chegada, apresentação, euforia, oba-oba, talento bruto.

Se vai dar certo em campo, não sei. Gostaria. Até apostaria, pois acho craque. Mas quando o futebol brasileiro entender que a venda é de entretenimento e não de resultados, saberá que ele se pagaria mesmo se mal jogasse.

Como ainda não sabem, pode sair caro. Mas ainda assim, ver a torcida tricolor mudando o patamar da expectativa em horas é algo que o dinheiro compra. Se chama James Rodriguez.

RicaPerrone

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.