O país dos paga-lanche

E vamos nós pra mais uma cena típica de um país que se odeia. Lá vem o Boca, a torcida do Boca, a invasão ao Rio, a empolgação midiática com a grama vizinha e a bajulação a quem nos humilha.

Tem local, telão, tudo pra receber os tais 150 mil torcedores do Boca que não serão sequer 50 e ainda assim deveriamos vetar 30, pois quem não tem ingresso não tem o que fazer na cidade a não ser causar problemas.

Vem cá, só de curiosidade, longe de mim querer pautar vossa vocação vira-latas, mas e o Flu?

O Boca chegou capengando. O Flu jogando bola. A torcida do Fluminense tem feito festas memoráveis em Libertadores, tem milhões na cidade sem ingresso. Porque a porra da prioridade é ajeitar a visita se tu não tem cama pra dormir?

Ainda se fosse uma visita agradável, vá lá! Mas é a pior possível. O vizinho que pior nos trata.

A do Flu não pode beber em volta do estádio. O comerciante que paga imposto pra ter bar próximo do Maracanã que se foda. Vamos ver quais as condições de princesa que daremos aos irmãos argentinos que vem aqui gastar o que tem.

Ou seja, nada. Nem retorno turistico haverá porque nem em hoteis eles devem ficar, como na Copa de 14, onde tomaram ruas e lá ficaram.

O Brasil no futebol segue sendo o gordinho paga-lanche da escola. Todo mundo tira onda, ele é o bobão que chama a mãe, espera uma atitude da diretoria, mas nunca resolve o problema.

O otário nato. Rico, mas bobo. De que adianta seu dinheiro se você não sabe se impor?

Telão pro Flu. Bebida pra torcida do Flu. Esquema de segurança pra torcida do Flu. Tudo pro Flu! Depois, pra eles.

O racismo tá liberado até dia 5, sabemos. Sempre foi assim.

Já vi diversas vezes feriados que fizeram Buzios virar o Rio de Janeiro. Só dessa vez estou vendo o Rio virar Buzios.

Mas ainda que lá, mandamos nós. E cá, pior ainda.

Que o Flu faça em campo o que o Rio de Janeiro e o Brasil não tem auto estima pra fazer aqui fora.

Quem não se respeita não pede respeito. Onde passa só um, passo eu.

Passa o rodo, Flu!

RicaPerrone