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Campeões de audiência

365 dias no Rio

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Versão em inglês.


 

Faz 1 ano. Desembarquei com esposa, cachorro e umas malas. A mudança veio no dia seguinte.  Levei 33 anos imaginando “como seria”, e agora tenho 1 pra contar “como foi”.

O Rio de Janeiro é a minha Paris. Eu não sonho com a tal de torre, nem me importo com o Louvre e nem acho do cacete tomar café naquela tal de Champs-Élysées. Eu acho charmoso ir a praia de Copacabana, tomar cerveja de chinelo no leblon e ir a um samba numa grande escola.

Sou paulista, nunca tive rivalidade bairrista em casa. Nunca me ensinaram a odiar o estado vizinho, ao contrário, sempre me foi dada a idéia de que estando no Brasil, estou em casa.

Ouvi mil mentiras e outras mil verdades sobre o Rio enquanto morei em São Paulo. Todas justas no final das contas.

Carioca exagera tudo, pra baixo e pra cima. Se elogiar a praia, ele exalta dizendo que é “a melhor praia do mundo”. Se falar que é perigoso, ele não nega. Diz que é “perigoso pra caralho”.

Trata sua cidade como filho. Só ele pode falar mal.

Cariocas não marcam encontro. Simplesmente se encontram.

A confirmação de um convite aqui não quer dizer nada. Você sugere “Vamos?”, eles dizem “Vamo!”. O que não implica em ter aceitado a sugestão.

Hora marcada no Rio é “por volta de”. Domingo é domingo. E relaxa, irmão. Pra que a pressa?

Em 5 minutos são amigos de infância, no segundo encontro te abraçam e já te colocam apelidos.

Não te levam pra casa. Te convidam pra rua. É curioso. Mas é que a “rua” aqui é tão linda que se trancar em casa é desperdício.

Cariocas andam de chinelo e não se julgam por isso.  São livres, desprovidos de qualquer senso de sofisticação.

Ao contrário, parecem se sentir mal num ambiente formal e de algum requinte.

“Porra” é um termo que abre toda e qualquer frase na cidade. Ainda vou a uma Igreja conferir, mas desconfio que até missa comece com “Porra, Pai nosso que estais…”.

Cariocas são pouco competitivos. Eu acho isso maravilhoso, afinal, venho da terra mais competitiva do país. E confesso: competir o tempo todo cansa.

Acho graça quando eles defendem o clube rival pelo mero orgulho de dizer que “o futebol do Rio” vai bem. Eles nem notam, mas as vezes se protegem.

Eles amam essa porra. É impressionante.

Carioca é o povo mais brasileiro que há, mas que é tão orgulhoso do que é que nem parece brasileiro.

Tem um sorriso gostoso, um ar arrogante de quem “se garante”.

Papudos, malandros, invocados. Faaaaalam pra cacete. E sabem que estão exagerando.

Eles acham que sabem  o que é frio. Imagine, fazem fondue com 20 graus!

A Barra é longe. Buzios, logo ali!

Niterói é um pedaço do Rio que eles não contam pra turista. Só eles aproveitam.

Nilópolis é longe. Bangu também.

Madureira é um bairro gostoso. O Leblon, vale os 22 mil por metro quadrado sugeridos pelos corretores.

Aliás, corretores no Rio são bem irritantes.

Carioca, num geral, acha que está te fazendo um favor mesmo se estiver trabalhando. É tudo absolutamente pessoal, informal.

Se ele gostar de você, te atende bem. Se não, não.

Tá com pressa? Vai se irritar. Eles não tem pressa pra nada.

Sabe aquela garota gostosa que sabe que é gostosa? Cariocas sabem onde moram.

O bairrismo deles é único.  Nem separatista, nem coitadinho. Apenas orgulhoso.  Ao invés de odiar um estado vizinho, o sacaneiam e se matam de rir de quem se ofende.

Cariocas tem vocação pra ser feliz.

São tradicionais, não gostam que o mundo evolua. Um novo prédio no lugar daquele casarão antigo não é visto como progresso, mas sim com saudades.

São folgados. Juram ser o povo mais sortudo do mundo.

E quem vai dizer que não?

No Rio você vira até mais religioso.  Aquele Cristo te olha  todo santo dia, de braços abertos. Não dá! Você começa a gostar do cara…

E aí vem a sexta-feira e o dom de mudar o ambiente sem mexer em nada.  O Rio que trabalha vira uma cidade de férias. As roupas somem, aparecem os sorrisos a toa, o sol, o futebol, o samba, o Rio.

Já ouvi um cara me dizer um dia que o “Rio é uma mentira bem contada pela mídia”.  Ele era paulista, odiava o Rio, jamais tinha vindo até aqui.

E é um cara esperto. Se você não gosta do Rio de Janeiro, fique longe dele.

É a única maneira de manter sua opinião.

Em quase toda grande cidade que vou noto uma força extrema para fazer o turista se sentir em casa. Um italiano em São Paulo está na Itália dependendo de onde for. Um japones, idem. Um argentino vai a restaurantes e ambientes argentinos em qualquer grande cidade.

No Rio de Janeiro ninguém te dá o que você já tem.  Aqui, ou você vira “carioca”, ou vai perder muito tempo procurando um pedaço da sua terra por aqui.

Não é verdade que são preconceituosos. É preciso entender que o carioca não se diz carioca por nascer aqui. Carioca é um perfil.

Renato, o gaúcho, é um dos caras mais cariocas do mundo.

Tem todo um ritual, um jeitinho de se aproximar.

Chame o garçom pelo nome, os colegas de “irmão”. Sorria, abrace quando encontrar. Aceite o convite, mesmo que você não vá.

Faça planos para amanhã, esqueça-os 10 minutos depois. Faça amigos, o máximo de amigos que conseguir.

Quanto mais amigos, mais cerveja, mais risadas, mais churrascos, mais carioca você fica.

E quanto mais carioca você é, mais você ama o Rio. Como eles.

Gosto deles. Gosto de olhar pra frente e não ver onde acaba.  Gosto de sol, de abraço, de rir muito alto e de não me achar um merda por estar sem grana.

Gosto de como eles se viram. Gosto da simplicidade e da informalidade que os aproxima do amadorismo.

A vida não tem que ser profissional.

Tem que ser gostosa.

E de gostosa, convenhamos, o Rio tá cheio.

Ops! Desculpa, amor! Escapou.

abs, merrrrmão!
RicaPerrone

(O Shopping não me pagou nada. Nem sei onde fica. A propaganda é que diz muito do que quero dizer e não sei como)

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10 anos no Rio

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Oi. Eu sou o cara que escreveu aquele texto sobre os 365 dias no Rio e viralizou, virou música, quadro em bar, etc, etc, etc. 

Agradeço.

Quando escrevi muita gente me disse “mora 10 anos ai pra tu ver…“. E eu morei. Agora vim contar o que mudou.

Quando escrevi eu era um apaixonado pelo Rio. Era recente, tudo novo, aquele começo de namoro fulminante. Hoje não sou mais. Agora eu o amo, é diferente. 

Aprendi que o Rio é o lugar mais irregular do  Brasil. Tudo tem um esquema. Todos os setores da sociedade tem alguém mandando não oficialmente. Sempre tem alguém ficando rico com o que não deveria. 

O Rio é a cidade que se auto-organiza pela contravenção. Alguém vai tomar seu bairro e te vender segurança. Alguém vai ao seu restaurante te cobrar um por fora pra garantir a lei. Alguém vai te adiantar na fila do gás se você for “gentil”.  O passaporte da vacina nunca existiu. Só pra rico no Village Mall. 

O crime no Rio é fatiado por setores. Aquela violência que tanto se fala pelo Brasil não é exatamente como imaginam. Ninguém aqui é “mais assaltado” do que em São Paulo. O que assusta aqui é a guerra entre bandidos. Essa é pesada, surreal e na nossa cara.

Mas meio que “foda-se”. Só quem se importa com bandido morto é a Globo e o Freixo. Num geral as pessoas adoram contar histórias delirantes de bandidos que fizeram algo épico numa comunidade qualquer. 

Sim, são “herois” de muita gente. É maluco, mas é real. O carioca acha do caralho ser “bandidão”, “malandrão” ou conhecer os bandidos da cidade. É um status. 

“Tá ligado o fulaninho da baixada? Meu parceiro mané…”.  Ai, nossa, como eu sou perigoso! 

Mas tem um porém. O carioca é amigo de bandido sem saber. Como aqui alguns setores do crime são quase oficiais e permitidos, você tem amigo ligado a tudo que é merda e não sabe. Aí você liga a tv e fala “caraaaaca maluco! O fulano preso! Joga bola com a gente…”. 

É foda. O Rio não é pra “manja-balão”.  

O carioca é o desenho da frase “tá rindo de que?”. 

Mas ele ri. De tudo. Todo dia. E se você o lembrar dos problemas ele ri de novo e faz uma piada. 

E eu adoro isso. 

O único lugar do mundo onde a última opção é pagar. A primeira é conhecer alguém, a segunda é ser convidado, a terceira conseguir entrar. Se nada der certo… “quanto custa?”. 

O caso “Barra da Tijuca” é a melhor definição do amor do carioca pelo “Rio”. É um bairro mais afastado onde tem espaço, estacionamento, hoteis, restaurantes, prédios novos com estrutura, baladas, eventos, praia bonita, enfim. É o Rio melhorado. 

Mas eles se recusam a aceitar isso. Todo carioca que não nasceu na Barra vai morrer dizendo que a Barra é uma merda. Mas se ele ganhar um dinheirinho, ele corre pra lá.

A Barra e o Recreio são os bairros onde moram artistas, deputados, senadores, youtubers, prostitutas, jogadores de futebol e contraventores. 

Você sai numa bela manhã de sol e dá de cara com o Zeca Pagodinho andando na orla. Ai vai almoçar e senta ao lado de um bicheiro com 10 seguranças armados, depois encontra 4 artistas no shopping e no fim do dia dá de cara com o Zico jantando. 

No mesmo lugar, o mais “seguro” eleito pela elite carioca pra morar, você acorda lendo que um carro tomou 35 tiros e morreu fulaninho, que era empresário e tinha ligação com não sei o que. 

É foda. 

Mas vale a pena. Porque só aqui você tem a nossa hipocrisia verde-amarela oficializada. Você se sente um otário por viver num país desses, mas se sente de alguma forma menos otário por saber que é assim e ninguém tá te escondendo isso.

E aqui tem a pior espécie de ser humano que existe:  a gostosa que faz marquinha de biquini.

Filha da puta! 

Elas sabem que a gente não suporta isso, não resiste, não tem como não ser abduzido por aquela linha branca entre duas partes sensuais mais morenas de sol e jogam na nossa cara usando uma calça ou uma blusa que foram feitas especialmente pra te fazer nota-la.

É de propósito. Filhas da puta! 

As cariocas são insuportavelmente gostosas. E quando vim, há 10 anos, não tinha experimentado ainda. Aí separei, casei, separei, namorei, terminei, fiquei solteiro e agora eu sei: filhas da puta! 

Vou me casar com uma só pra ouvir “Ricarrrrdo” todo dia. Ou então pra ela perguntar de manha se eu quero “nexxxcau”.  

Filhas da puta… 

Mas enfim, nessa terra de filhos da puta, eu me incluo. Gosto de samba, gosto de gente, de chinelo e de marcar encontro pra não ir. 

Me sinto num direito delicioso de ter um compromisso e não aparecer sem dar satisfação e não estar sendo um cretino por isso. 

O Rio é o botão do foda-se. 

É assim que é, então que assim seja. 

Se o Brasil mudar, não será por aqui. Mas se o Brasil mudar, é pra cá que você virá passar férias. Então… 

Somos o bordel do Brasil. A mistura de prazer, contravenção, risos, bebida, amigos e belas mulheres em meio a um bairro nobre rodeado por delegacias e políticos que, em tese, deveriam reprimir o bordel mas tem carteirinha de cliente vip dele.

Olha eu falando “nós” sendo paulista. 

Após dez anos de relacionamento sério renovo meus votos. Não sei se pra sempre, mas por enquanto. E por enquanto, pro carioca, é suficiente. 

Se um dia o Rio de Janeiro for seguro, tiver um pingo de bom senso quanto ao absurdo e parar de conviver passivamente com o crime, nunca mais alguém irá discutir o melhor destino do planeta. 

Precisamos de “ordem no puteiro”. E veja bem, eu nem cogitei deixar de ser um “puteiro”. Só pedi ordem nele. 

Agora eu “fui” porque tenho um compromisso inadiável com alguém que não combinei num pagode qualquer que eu não ia. 

RicaPerrone

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Oi, vô!

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Oi vô! Tudo bem? Saudades. Faz tempo que não te escrevo. Acho que a última vez foi pra contar que seu Palmeiras havia sido campeão. O que, aliás, continua sendo. Você adoraria estar aqui. 

Eu também. Poderia te levar no estádio de camarote, te apresentar os jogadores e até os ex-jogadores quem sabe. Ia ser divertido, mas você não me esperou. 

Aqui as coisas estão terríveis, vô. Na família tem gente sem se falar por causa de política. Acredita? Nem eu. 

Esse ano teve eleição. Dois candidatos muito complicados. Todo voto era justificável, embora a justificativa pro que venceu tenha sido a maior farsa da história.  “Amor”. Porra, vô! Já viu amor em assalto? Eu nunca. 

Lembra que quando eu era moleque você dizia pra mim a frase “ser homem é dizer não”? Eu demorei pra entender. Mas entendi. 

Ser homem é caro, vô.  Dá muito trabalho dizer não pra onde todo mundo quer te levar. Mas foi assim que nunca enfiei pó no nariz e nem cometi qualquer crime na vida. Falando não. Então, agradeço. Foi o melhor conselho que ouvi na vida.

Mandei um pessoal tomar no cu também, vô. Mas eu nunca fui a pessoa que o senhor conseguia ser. Então me desculpa. 

Aliás, entrevistei 120 pessoas esse ano. Foram vários ministros, chefes de polícias, artistas, músicos. Foi bem legal, vô. Eu falei com o Romário, sabia? 

Vô, o Zico me chama de “amigo”.  É muito louco isso. Mas é muito bom. 

Ah velho, tu faz muita falta. Ao ponto da minha última coluna do ano não ter tema, direção, nada. Só ser o papo que eu adoraria poder ter contigo e não dá mais. Queria que você visse minhas vitórias, me puxasse orelha pelas cagadas e me ligasse tirando sarro porque o Palmeiras ganhou.

Aliás, tem uma neta sua que virou palmeirense. Mas não vou falar o nome dela porque embora eu a adore, quero agredi-la por isso. Mas me controlarei. 

Mamãe ta bem, meu pai também. Só o Brasil que não, vô. As pessoas se odeiam, não se falam, brigam por política, destroem os outros por pensar diferente. Acho que na sua época não era tão ruim, né? 

Nem queira saber o que é isso. 

Vô, eu sei que você não vai gostar mas eu caso e separo muito. Mas eu trato elas como você ensinou, prometo. Pago a conta, faço o “carinho no rostinho” como você me disse que tinha que fazer. Apesar que hoje em dia tem umas que se você tratar bem demais elas acham que é machismo, acredita? 

Ah! To morando no Rio! Já faz 10 anos.  Não, nem começa. Não é tão perigoso assim. É bonito, gente maneira, feliz. Eu adoro aqui.  Não tem muita cantina italiana, o que é ruim. Mas tirando isso, é bem legal. 

Só é longe da Praia Grande. 

Teve Copa esse ano. Aqueles filhos da mãe ganharam.  Tem um tal de Messi, baixinho, joga parecido com o Zico. Ele é muito bom, mas nasceu lá na Argentina. E ele ganhou a Copa pros caras. Tô puto, vô! A Itália? Nem foi! Duas Copas que não vai. Acho que você ia ficar meio puto. 

Mais um ano, vô. Tô com 44 agora. Sem filhos, mas viajei muito tá? Se você tivesse aqui juro que te daria um bisneto. Só pra você ensinar os seus valores pra ele como fez comigo. 

Uma última coisa. Tão falando aqui que pode ser que você receba um cara muito especial em breve. A gente torce pra ele ficar, mas também pra ele não sofrer. Você vai reconhecer rápido se encontrar.  Não esquece de agradecer ele por tudo, porque aqui a gente não fez isso como deveria. 

Beijo, vô. Até qualquer dia. 

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O que o tempo não pode apagar

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Caro Tempo; 

Não te conheço mas reconheço sua força. Sei te medir, dosar, te gastar. Mas não consigo te compreender. 

Porque ora passa tão rápido e ora tão devagar? Porque tão implacável, silencioso e traiçoeiro? 

Você, Tempo, é nosso bem maior. Queria eu ter “todo tempo do mundo” pela frente, ou mesmo poder te parar. Se pudesse, hoje, te retrocederia, inclusive.

E não, não seria eu. Eu pediria ao Rei Pelé. Pediria que lhe desse o poder de assistir, em vida, o que estamos todos dizendo hoje, quando ele está morto.

Esse país tão vagabundo só sabe dizer “te amo” pra quem não pode mais dizer “eu também”.  É preciso morrer aqui pra ouvir o que se merece. E aí você não permite. 

O tempo de quem reverencia é um, o do reverenciado é outro. E nesse intervalo se desencontram o “obrigado” e o “não tem de que”. O “eu te amo” e o “eu também”. 

Porra, Tempo. Você é radical demais.

Eu sei que você vai me dizer que “era a hora dele”. E quem sou eu pra discutir com o Tempo, mas … precisava esconder dele, justo dele, o maior de todos, o quanto a gente queria dizer “obrigado” e não encontrava… tempo? 

Só que agora você foi longe demais, Tempo. Porque pela primeira vez você vai descobrir que nem tudo você cura ou apaga. 

Você vai passar, passar e passar. E não vai conseguir esquece-lo.  Não por nós, que somos uns infiéis que sequer conseguimos dar a quem nos deu tanto um pingo do reconhecimento que merece. Mas por ele. 

Esse cara que você levou hoje não te respeita. 

Foi sempre a frente do “seu tempo”. Nos deixou esperando o Natal para que desse tempo de termos uma ceia feliz. E agora, quando você acha que escolheu a hora, foi ele quem decidiu quando, onde e perto de quem. 

O que se fazia num tempo de 2 segundos ele fazia em meio segundo. O tempo pra se consagrar foi infinitamente menor pra ele. O tempo pra estar pronto, pra mudar nossas vidas e pra transformar pano amarelo em lenda você não conseguiu controlar. 

Mil gols numa vida não daria tempo. 

Acha que agora, com ele morto, vai conseguir estipular o tempo que vai levar pra esquecermos dele? Nem perca seu tempo, Tempo.

Há tempo ainda de mostrar isso pro Zagallo, pro Zico, pro Dinamite, pro Romário, pro Ronaldo, pra tanta gente que nos deu alegrias, memórias e engrandeceu nosso país. 

E não ouse se precipitar, Tempo. Nos dê um tempo pra sofrer, pra aceitar, aprender e mudar. 

Por hoje chega. Não deu tempo de entender ainda. E nem com todo tempo do mundo eu escreveria algo capaz de sequer me aproximar do que merece nossa majestade, o Rei Pelé. 

Vida eterna ao Rei! E eterno é ausência de tempo. Esse você não vai levar. 

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