Roth tem suas convicções há uns 20 anos. Não muda, é cada dia mais retranqueiro e inibidor do bom futebol. Ontem, num Engenhão vazio pra ver o então líder do campeonato, 2×0 contra e tudo perdido.
Sem “nada a perder”, meteu o time pra frente. E viu, em 6 minutos, que a ousadia costuma conseguir coisas mais grandiosas do que a covardia.
Se fosse 1×0, fechadinho, valeria os mesmos 3 pontos. Mas não daria a injeção de moral no grupo que a virada deu. Nem mexeria com a torcida o quanto mexeu.
Futebol não se resume a 3 pontos. O Cruzeiro, enorme, não pode ser considerado morto em momento algum.
Em casa, diante de míseros torcedores, defendendo a liderança e em boa fase, o Botafogo segue sendo o mais abandonado time do país. Enquanto era festa, lá estão seus 5 mil fiéis torcedores. Ao menor indício de revés, vaias e cobranças.
É duro jogar no Botafogo.
Não, não acho o fim do universo um time que atuou bem por 50 minutos ter tudo pixado porque jogou mal e sofreu 3 gols em 6 minutos de apagão. É pra se criticar, notar erros, mas não para procurar o fim do mundo.
O primeiro tempo do Botafogo foi de muito alto nivel. O segundo, pressionado e assustado com um Cruzeiro ousado que nem parecia do Roth, nada bom.
Mas o que importa é a virada espetacular. Esta sim merece destaque e muito auê.
Se o Cruzeiro começou o Brasileiro com “o pior Cruzeiro dos últimos 10 anos”, essa virada pode lhe dar uma moral que mude o cenário.
Não, nada de título. Esquece.
Mas talvez um incentivo para lembrar os jogadores e especialmente o treinador que estão usando uma camisa pesada, que não deve aceitar a covardia e a mediocridade jamais.
Uma grande virada sobre um grande adversário. Fruto de um raro momento em que o treinador pensou grande.
Coincidencia? Ou mero desespero?
Que fique a lição. O Cruzeiro joga pra ganhar, não pra “evitar perder”.
abs,
RicaPerrone