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Vá buscá-la!

Hoje, véspera da decisão da Libertadores, ouço santistas eufóricos e com medo. Natural, é uma decisão e por mais que insinuem estar “praticamente ganha”, existe uma partida pra ser disputada. E o meu “medo” em relação a decisão está exatamente neste discurso.

Não é preciso mais do que 10 minutos de tv, rádio ou web pra você entender a decisão de amanhã como “uma chance que o Santos não pode deixar escapar”. E não é bem por aí.

A situação de disputar uma final de Libertadores, no Brasil, costuma ser contrária. Aliás, aqui tudo é ao contrário. Você chega porque é brilhante. Mas se não ganhar, é um “fiasco”.

Você empata fora porque é bom. Mas se não confirma aqui, não houve adversário. Foi você quem perdeu e só.

E este risco o Santos corre de forma até exagerada. Já é dito hoje, até por membros do elenco, que “não pode escapar”, que tem que confirmar, que dessa vez não “passa”, como se em 2003 o Santos tivesse errado e não o Boca ganhado.

Essa mentalidade só gera uma situação: “Medo de perder”.

Quando você entra numa disputa com a mesma responsabilidade do rival, você sente vontade de ganhar. Quando só você se vê pressionado a vencer, você tem medo de perder. E medo, numa final, é um prato cheio pro adversário, que se torna franco-atirador.

O Peñarol é uma porcaria de time tecnicamente. Eu não sou cego, sei e vi como eles chegaram. São sortudos, foram passando na base do “deus me livre” e com mais detalhes do “acaso” do que na base do grande futebol. Foram 3 frangos nas quartas, um pênalti perdido aos 40 do segundo tempo nas semi e sabe-se lá o que vem por ai.

Mas, se jogar a bola pra cima e mandar matar no peito, nem 3 ali dominam sem deixar escapar.

O que não coloca, no futebol atual, o time do Peñarol como zebra. Até pelo mesmo motivo que faz do Santos favorito.

Desde as oitavas o Peixe joga um futebol dependente do Neymar e ponto. Se defende, tem alguma sorte com gols perdidos dos adversários, marca bem e ataca quase numa “mono-alternativa”, que é a bola no craque.

Dá certo, pois o futebol hoje exalta e permite isso. O Peñarol faz a mesma coisa, só que sem o Neymar.

Os dois times se preocupam, hoje, muito mais em defender do atacar. A diferença entre eles é técnica, não filosofica.

O Santos precisa entrar em campo amanhã para BUSCAR o título e não pra defendê-lo, como insinuam.

Ele não pode defender o que não é seu. E se sua camisa merece respeito, a do outro lado idem. Numa final, com doses de sorte ou não, os dois tem possibilidades de vencer.

Os adversários do Peñarol, diga-se, foram melhores que os do Peixe até aqui. Só que ele passou “na sorte”. Os do Peixe, mais fracos, foram menos perigosos, mas ninguém levou um “baile” dos brasileiros.

Libertadores é luta, é guerra, é isso, é aquilo. Mas ainda é futebol.

E futebol o Santos joga mais do que o Peñarol.

A mais perigosa forma do Santos perder este título amanhã é encarar o jogo como uma defesa de título ou evitar um “vexame”.

Algo grandioso é buscado antes de ser protegido.

Não invertam as coisas.

Vá buscá-la! Essa taça não é do Santos, ainda.

abs,
RicaPerrone

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