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Detalhes do clássico

Fla-Flu, o clássico mais charmoso do mundo (Pra mim, é claro. Se pra você não for, sem crise. Não precisa entupir meu e-mail). Neste domingo os detalhes foram maiores do que as grandes ações do clássico. Detalhes que são protestados quando contra, exaltados quando a favor.

É futebol, é clássico, é Fla-Flu. O que perde procura motivos, o que ganha não está preocupado em saber como.

Controla um jogo de futebol, invariavelmente, o time que tiver a bola. Sem ela você está aberto a ser agredido, sem ela você não agride. Logo, se existe um primeiro objetivo num jogo de futebol é ter a bola.

Durante 15 minutos o Fluminense teve. Fez bom uso dela e com Ciro quase marcou. Aos 15, parou. Dali em diante o Flamengo pegou a bola e rodou, chutou de longe, tocou, mas não devolveu de graça.  O Fluminense, quando tinha, devolvia em questão de segundos. Não parecia disposto a construir um ataque completo, mas sim em acertar um passe mágico e fazer 1×0.

Não fez. E o Flamengo fez.

O bom primeiro tempo do time rubro-negro não se desenhou em chances claras de gol. Se desenhou com a posse de bola e o amplo controle do meio-campo, onde ele ficou com a “segunda bola” em TODAS as oportunidades a frente da sua área. Airton e Willians, neste quesito, deram um show.

E então o Fluzão acordou e notou que, perdendo, não ia adiantar esperar o Flamengo pra achar um gol no contra-ataque. Partiu pra cima e quase empatou. Até merecia, mas cometeu 2 erros fatais.

Primeiro ao esperar o Flamengo abrir o placar pra ir pra cima. Você é maluco de ir pra cima com Thiago, Ronaldinho nas costas? Claro que não! O Flu não podia ir com tudo, só com “uma parte” do time.

Até que, no fim, resolveu que “ia com tudo”. E foi. Meteram 4 atacantes e a bola parou de chegar, porque o Abel tirou todas as peças que poderiam levar a bola até lá.

Foi uma tentativa ousada, mas não muito competente.

No mano-a-mano, como ficaram as duas defesas, é óbvio que o talento individual dos rubro-negros geraria mais perigo.

E aí entra um detalhe que não foi relevante ao placar, mas que explica boa parte da minha admiração pelo Luxemburgo.

Ele tinha 2 zagueiros (fracos) e o Flu foi indo pra cima. Até que o adversário ficou com 4 atacantes no mano-a-mano com sua defesa. 95% dos técnicos, ganhando, colocariam um zagueiro ou um volante pra equilibrar atrás.

Luxemburgo colocou Negueba, Botinelli e D. Mauricio.

Foi um dialogo mudo, que poderia ganhar forma assim:

Abel: “Eu vou pra cima!”
Luxa: “Então vem!”
Abel: “Meti 4 atacantes, agora sua zaga tá no mano a mano! O que você vai fazer?!”
Luxa: “Deixar a sua no mano a mano também”.

E eu adoro isso, mesmo sabendo o risco de não dar certo.

Os 200 passes errados do jogo tem duas interpretações. A primeira é que a bola queimou no pé de muita gente.

A segunda, e principal, é que os dois times estavam com uma necessidade de dar o “último passe” mesmo ainda na intermediaria defensiva que chegava a irritar.

O juiz? Horrível! Quis compensar, fingir que não viu lances na cara dele, entre outras bobagens que cometeu.

Eu não vi o lance do Jr. Cesar. Mas vi as cotoveladas e socos. Se ele fosse inteligente, tinha encerrado no primeiro lance. Não foi, e obviamente que ia dar pano pra manga.

O Flu saiu prejudicado nessa, mas nada que determine o placar do jogo ou a justiça no resultado.

Os dois times inverteram seus papeis em 90 minutos. O Flu entrou em campo pra esperar e contra-atacar. O Fla fez o mesmo no segundo tempo.

A única diferença é que o Flamengo fez com 1×0 no placar, o que me parece “menos arriscado” do que no 0x0.

Com 4 vitórias seguidas, um time muito mais organizado do que estava antes e ainda sonhando com Alex e Kleber, o rubro-negro dorme feliz.

Sem Conca, sem Fred, com Deco sempre machucado, o tricolor dorme preocupado.

abs,
RicaPerrone

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