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São seus olhos

Ao tricolor, um empate com sabor de derrota. Ao cruzeirense, idem.  O futebol tem duas avaliações simples e muito engraçadas quando confrontadas. A do vencedor e a do perdedor. No caso de empate, a dos dois que juram ter perdido uma chance incrível de sair com 3 pontos.

Hoje, em Minas, não foi diferente. Um jogão visto com olhos de fracasso. E não foi. Nem pra lá, nem pra cá.

Você tem hoje a chance de acompanhar aos jogos lendo o que pensam torcedores e comentaristas durante os jogos. Com o placar feito, irmão, até a tia da vendinha da esquina comenta futebol.  O duro é ver o que só quem entende do assunto vê. E obviamente não são todos.

O sãopaulino termina o jogo de hoje xingando a defesa e com a absoluta certeza de que se não fosse ela, teria vencido.

O cruzeirense, idem. Afinal, quem toma um gol de cabeça do Juan cruzando a zaga toda não pode achar normal.

Como não é normal o sãopaulino achar normal vencer o Cruzeiro em  Minas. Mais anormal ainda é quem comenta futebol concordar e incentivar que o cérebro do torcedor seja condicionado a imbecilidade de acreditar que no mundo existe o seu time e o resto. Sendo que o resto é, quase sempre, resto.

Empatar em Minas com o Cruzeiro, seja qual for a situação do time mineiro, é bom resultado. O São Paulo pode comemorar o ponto e não reclamar da perda de dois. Até porque, pela lógica dos últimos 100 anos, se alguém teve um resultado “não muito comum”, foi o Cruzeiro ao não vencer em casa.

Sei que isso a um paulista é querer explicar o inexplicável. Mas basta ver que domingo, diante do também gigante Flamengo, ninguém saiu do Morumbi achando o resultado “normal”.

Pau que bate em Francisco, bate em Chico. E hoje foi dia do Chico apanhar.

O Cruzeiro também errou, também criou, jogou um primeiro tempo melhor que o São Paulo e um segundo tempo pior.

Não houve massacre que justificasse vitória alguma sem discussão. E ai do sãopaulino que entender assim, pois 70% das vitórias do tricolor fora de casa foram TOMANDO um massacre e contra-atacando 2 ou 3 vezes.

O que houve hoje foi um confronto de dois times com metas diferentes, mas com camisas tão pesadas quanto. E quando você enxerga defeitos na sua zaga, é bom perguntar também se seus gols foram apenas méritos dos seus atacantes.

No caso, falhas de ambos, méritos de ambos. Se não houver falhas, não haverá gols.  Logo, em todo gol é possível achar uma falha.

Dois times sem nenhum padrão tático. Uma pelada boa de se ver, mas com cara de jogo de casados e solteiros no domingo de manhã.

Sem tática, sem padrão, com bola pra frente e vamo que vamo.

O Cruzeiro recomeçando o inacraditável ano onde saiu de sensação das Américas a ameaçado a cair. O São Paulo tentando se adaptar ao esquema onde só tem 2 volantes e joga com 10 pra agradar a torcida, já que o Rivaldo, pra quem assiste jogo, é um jogador a menos 90 minutos.

Pra quem não assiste ele é “o cara” que entra no fim e empurra pro gol sem goleiro e vira salvador da pátria.

Jogão! Com todos os defeitos de dois times perdidos, falhando, tropeçando em si mesmos, mas… jogão!

E num 3×3 entre Cruzeiro e São Paulo, seja onde for, só não sai perdendo o torcedor.

Os dois pontos que escaparam ou o pontinho que você ganhou não existem. São apenas seus olhos.

abs,
RicaPerrone 

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