Futebol

Lamento, não cabe

Eu sei, é bonito o discurso do pequeno, é do cacete um jornalista falar que se preocupa com o fim do XV de Jaú, mas a gente sabe que é tudo pra parecer bom moço.

Ninguém tá muito preocupado com nada disso e seguimos considerando possível manter 130 times pequenos no país que se sentem no direito de disputar algo com os grandes.

Fora, onde adoramos babar ovo, existe Série A, Série B e olhe lá. Aqui, se deixar, tem até a Série Z. E o último rebaixado da série X ainda terá defesa com algum chato dizendo: “Respeite as tradições do Taubaté˜, como se atestar sua insignificancia fosse algum derespeito.

Linense, Resende, Duque de Caxias, Catanduvense… seja lá qual for.  O trem da alegria virou carro importado, então, pula fora e pega seu busão.

Aquele futebol brasileiro falidão, caindo aos pedaços acabou. Os clubes hoje tem grana, o nível exigido pra se disputar um grande campeonato subiu de 10 milhoes por ano pra 200. Será que é tão complicado assim fazer as contas e notar porque os times do nordeste (centro mais complicado economicamente) e os de cidades menores decairam tanto?

Eu não sou professor de história social, nem economista.  Mas também não sou cego. Se subiu pra tudo isso, não cabe mais a mistureba.

Os pequenos entre os pequenos, os grandes entre os grandes. E assim se mantém os 200 milhões.

Porque contra o Resende, caro amigo, não tem como manter nada. Não vai ninguém, a renda é pífia, na tv não interessa e é natural que as marcas não queiram pagar tão alto pra aparecer nessa porcaria de campeonato.

A única fórmula aceitável era a de 2 grupos de 5, turno, semifinal, final. Returno, semifinal, final. Isso era rápido, divertido e rapidamente colocava o torcedor numa situação de mata-mata.

Com 2 grupos de 8 já virou palhaçada. Em Sampa chega a ser caso pra estudo. Quem é que acha que precisam 19 jogos pra classificar 8 nesse troço?

“Ah mas se acabar, coitado dos pequenos”.

E daí? É São Paulo Futebol Clube ou ONG São Paulo contra os menores abandonados?

Time de futebol não é centro de caridade. Se tem lá seus 12 gigantes, uns 10 médios e uns 20 pequenos com alguma condição de se manter, estão feitas as séries A e B. As federações que se virem pra manter os outros. Ou, notem que não vivemos mais numa várzea com grife e que a brincadeira acabou.

Os fabricados resultados de começo de temporada são apenas reflexo da falta de vontade e preparo dos grandes. Eles perdem e empatam nos estaduais porque não estão nem ai pra eles. Não é técnico, é indiferença.

Vamos aceitar os fatos. O trenzinho virou carro importado. Não cabem mais 200 caras aqui. Agora são 12, 15.

E você, caro time pequeno de tanto charme e tradição… não cabe nesse carrão.

Quarta tem Libertadores, final de semana tem os clássicos. Enfim, bola rolando.

abs,
RicaPerrone

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