Aplausos e só
No Engenhão a digna campanha do invicto que não escolheu adversário onde muitos escolheriam contra o time que só chegou lá porque esta dignidade alheia o permitiu.
Nos braços do povo, o Vasco correu e tentou assinar o final mais esperado. Era dia de consagrar o corajoso time que não entrega jogos, o 100%, o “quase campeão” de 2011, o time do momento, o de melhor campanha na temporada.
A coroação passava pela dura tarefa de eliminar aquele perigoso time que sua vergonha na cara ajudou a classificar. Ainda sem convencer, o Fluminense vive de surtos. E não é que era dia de enlouquecer meio Engenhão?
Era difícil, pra alguns quase “impossível”, como se isso fizesse algum sentido em clássicos.
Era o Flu, e nada seduz mais este clube hoje em dia do que a palavra “difícil”.
Se não dava pra classificar, foram buscar. O que era um “quase mico” foi se tornando um ato de sorte. Da sorte dos pênaltis a decisão vencida com alguma folga. E do discurso do “investimento furado” aos aplausos.
Virar o jogo é parte da rotina do Flu desde 2009, onde se tornou o mais imponderável dos grandes. Hoje, onde não era dele, fez com que fosse.
Do lado de lá, vice de novo para delírio dos rivais e sua piadinha predileta, o Vasco correu. Deu azar, errou, perdeu, mas correu. E tão honrado quanto foi classificando o Flu, foi ao perder pra ele sem distribuir pontapés ou desligar do jogo quando o 3×0 informava a “morte cerebral” da conquista.
Eu sei que hoje é dia de exaltar o campeão, de achar culpados no vice e tentar fazer uso de todo e qualquer argumento para defender uma tese que diminua a dor.
“Não era pra ter vencido o Boavista!”, dirão os vascaínos mais exaltados. Mas era sim, torcedor. Porque até pra perder o grande tem que ser diferente.
E se é pra perder, que seja do inimigo que eu mesmo criei.
E se é pra ganhar, que seja do meu jeito.
Vence o Flu, daquele jeito. Perde o Vasco, do seu jeito.
Aplausos aos dois, e só.
Vence o futebol. E é o que mais importa.
Viva o Flu! Viva o Fred! Viva o Deco! Viva os gols, a alegria da conquista.
Dane-se os culpados e as teses.
É só futebol. Delicioso como tem que ser, “injusto” como adoramos que seja e emocionante como Flu e Vasco nos proporcionaram hoje.
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AH! Lembra disso aqui? Assustador, né?!
abs,
RicaPerrone