O Imperador voltou
“Não dá!”, diz o chato. “É uma zona”, diz o intelectual. “Um clube que contrata Adriano só pode ser amador”, diz o fã de esporte.
“O Imperador voltou!!”, diz o torcedor. E é o que interessa.
Não existe bom ou mau negócio analisando meramente o produto. Se por 1 real, até pano de chão é um produto interessante. Se por 300, não mais.
Adriano, a 1 milhão por mes, é risco desnecessário. A um valor bem inferior, na base do risco, por produtividade, é uma belíssima contratação.
Não causa problemas no elenco, é querido, é um bom sujeito. Erra, é um cara “perdido”, mas nunca foi desagregador. Que mal pode fazer ter um Adriano desde que o risco de ganhar ou não seja dele?
Não pode é dar uma garantia a troco de nada para alguém tão inconstante. Mas na base do risco, por produtividade, é bem aceitável.
Lá está o sujeito que dá pauta pra imprensa, esperança pra torcida, vende camisas pro clube, pro patrocinador e ainda joga um bolão quando em boa forma.
Qualé o absurdo em tê-lo?
Se jogar 70% do que sabe é o melhor centroavante do país. Se jogar 90%, do mundo.
“Ah mas ultimamente ele tem jogado 20%”. Sim, verdade. E foi autor de um dos gols mais importantes do Corinthians em 2011.
Justifica? Não.
Mas você pode guardar as faltas e a saída conturbada no histórico ou também ter em mente que, gordo, voltando, desacreditado, levantou o braço e pediu a bola pra resolver o jogo que fatalmente tiraria do Corinthians o título brasileiro.
Não me importa a finalização, o gol. Me chama atenção ter pedido a bola na corrida, onde a chance de perder era enorme. Mas pediu, e fez.
Adriano não é um cara confiável. Nem é um sujeito ruim.
É um cara perdido, não um cara maldoso.
É um corajoso em campo, um menino perdido fora dele. Mas nunca, até onde sabemos, um sujeito de mau caráter.
“Voce está defendendo o Adriano!”.
Tá, pode ser. Gosto dele, não nego. Prefiro a incerteza de um craque do que a certeza do profissional correto, porém mediocre.
Adriano, no risco, é bom negócio. No contrato comum, arriscadíssimo e só é aceitável se num valor baixo.
Não será, pois ele ainda tem mercado. E assim sendo, que assumam o risco ambas as partes e aguardemos.
Adriano é como jogar na loteria. Sua chance de acertar não é muito grande, mas se você acertar… é campeão.
abs,
RicaPerrone