Grêmio

Não sei, não quero…

Adoro tecnologia, botões, aparelhos de última geração.  Odeio churrasco temperado ou na churrasqueira elétrica. Não suporto o desconforto da cadeira de um cinema, mas me recuso a querer ver uma poltrona num estádio de futebol.

Adoro a minha escola de samba, entendo todos os motivos que fizeram ela sair de uma rua escura em Padre Miguel e ir pra Avenida Brasil numa mega quadra. Mas não gostei dela.

Eu sei que a Copa vai chegar, os estádios vão mudar e nossa forma de torcer será distorcida pelas normas européias de conduta dentro dos estádios. Talvez até passemos a ser racistas, não sei.

Sei que não vou gostar, mesmo que eu goste.

Achei linda a Arena do Grêmio, mas prometo nunca olhar pra ela com metade da boa vontade que sempre olhei pro Olímpico.

Não por ter um argumento inteligente pra isso, mas por me proibir de aceitar certas novidades.

Meu churrasco só vai carvão e sal grosso. Mesmo que você me prove ter um tempero mais saboroso e uma forma nova de grelhar a picanha, eu não vou achar melhor do que a tradicional.

Se um dia Messi for melhor que o Zico, eu não vou reconhecer. Como ele não será,  mesmo se for, não é um assunto que me incomoda.

O Maracanã novo deve ser muito melhor que o antigo, mas eu não acho.  Não porque eu tenha ido lá experimentar, mas porque não acho e pronto.

Pelé vai terminar sendo o maior, mesmo que o superem.

Ninguém pilotará mais do que Senna, mesmo que pilote. E não, nem pense em procurar especificações técnicas para encontrar um carro melhor que a Ferrari.

Ele pode até existir de fato. Mas só de fato.

E o Olímpico será sempre o mais importante e melhor estádio que o Grêmio já teve. Mesmo que isso seja mentira.

E se for, parabéns pela Arena.

É linda, perfeita, um sonho.  Mas é real, coisa que o Olímpico deixará de ser.

Assim sendo, “eternizado pelo fim”, será sempre “a casa do Grêmio”.

Mesmo que agora ele more em outro lugar.

abs,
RicaPerrone

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo