O jeito certo de “errar”
O Galo joga de forma ofensiva. É raro um time que tenha a coragem de ter 4 caras o tempo todo agredindo. Cuca tem coragem, na mesma medida que tem suas manias.
Outros em seu lugar teriam desistido há muito tempo de suas convicções, afinal, sabemos o que dizem a cada campeonato perdido.
Sabemos também que “ir pra cima” é elogiável só quando ganha. Amanhã, se eliminado neste mesmo esquema de jogo, vai chover gente dizendo que deveria ter se preocupado com o gol fora, que a Libertadores é mata-mata, não pode se expor tanto, bla bla bla.
Cuca rasga o manual.
Lá, numa “estréia” internacional após tantos anos, jogou como quem joga no CT em dia de rachão. Foda-se os donos da casa, a pressão, a lenda do futebol argentino.
Cuca foi mais o Galo, e fez história.
São só 3 pontos na tabela, mas é uma dose de confiança que um 0x0 apertado e recuado jamais daria a este time.
O último convicto de suas idéias até o final que conheci se chamava Telê, e o Galo o conhece bem. Não, não estou comparando nada na carreira deles, mas até poderia, já que a fama é idêntica proporcionalmente a idade.
Se for um erro ousar, Cuca erra do jeito certo.
Errado é não saber o que quer, como quer e mudar a cada crítica que ouve.
O Galo precisa de resultados tanto quanto o Cuca. Os dois vivem as sombras da desconfiança de uma mídia que não sabe o que quer, nem como quer. Mas que não vai aliviar quando o “erro” aparecer.
Mesmo que este erro me faça concordar, este post está aqui pra me impedir de amanhã, covardemente, dizer que não concordei com o esquema ofensivo do Cuca numa Libertadores.
Concordo sim. E mesmo se perder por isso, continuarei concordando.
Títulos são consequência de algo ousado, não o contrário.
Usaram terno, botaram respeito.
Agora voltem de chinelo, pois o placar já diz tudo que a América do Sul precisa saber.
abs,
RicaPerrone