Palmeiras

Imagine…

Imagine que seu time, seja ele qual for, passa de fase na Libertadores e alguém te conta que o adversário será o Boca Jrs. Imagine sua reação, sua imediata preocupação não atrelada ao momento mas sim a camisa e toda sua história.

Imagine o La Bambonera, a pressão, a derrota, os argentinos vibrando, você passando nervoso, o juiz errando a favor dos caras, todo aquele drama para que, na volta, vocês pudessem medir forças e reverter o iminente resultado negativo da ida.

Imagine o Boca, poderoso e cheio de marra, olhando pro seu time como um azarão. Imagine o quanto seria impossível enxergar o Boca como um time em má fase sem grandes chances de te eliminar.

E imagine também o contrário.

Hoje, no Pacaembu, aconteceu uma das mais claras demonstrações de grandeza de um clube.  Não importa como, onde, com quais 11 estariam. Quando alguém disse pro Tigre que seu adversário seria o Palmeiras, ele só pensou no Palmeiras.

Não sabe quem é Mirassol, e mesmo se soubesse, não levaria em conta. Com 11 perebas ou 11 craques, no mínimo, é o Palmeiras.

O ambiente, a entrada em campo e os primeiros 5 minutos são determinantes para qualquer resultado. Há quem diga que futebol é um jogo simples e que envolve 22 jogadores e uma tática. Há quem consiga ir além, talvez tendo mais facilidade de explicar o inexplicável ou de não tentar entender o que não tem explicação.

Naquele Pacaembu não havia revolta, mas sim esperança. O Palmeiras entrou em campo e foi recebido como Palmeiras, não como aquele projeto de clube que se arrasta por aí de vez em quando. E assim, quando tocou na bola e foi pra cima dos argentinos jogando pelo chão, como brasileiros, como donos da casa, da camisa mais pesada e da responsabilidade toda, não restou nenhuma dúvida do que aconteceria a seguir.

Foi um mero e simples encontro do Palmeiras com o Palmeiras. De sua torcida com seu time, e das temidas vaias de dias atrás virarem um “olé”  cheio de orgulho no final.

Futebol se ganha também no campo. Mas não só nele.

Quando avisaram o Tigre que era o Palmeiras, ele se sentiu menor. Bastava manter a situação.

E assim foi com uma torcida que surpreendentemente entendeu o que ninguém seria capaz de entender e relevar.

Tem jogo que não é feito para ser analisado e relatado. Apenas vivido intensamente dentro do estádio.

Hoje 20 mil palmeirenses se tornaram mais palmeirenses. E só eles sabem do que eu estou falando.

abs,
RicaPerrone

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