O que nos ensina este Botafogo?
Lembra quando o Andrade assumiu o Flamengo e ganhou o Brasileiro? Pois é. Lembra quando o Abel ganhou do Barcelona? E o Tele, que era pé frio e não ganhava nada? Então…
O que o Botafogo vencedor deste começo de ano nos diz? Que o Seedorf é um craque? Sabíamos desde sempre.
Que o Rafael Marques é melhor que o Etoo? Não é o caso.
E que o Oswaldo foi ficando inteligente na medida que as bolas entravam? Talvez.
Fato é que mais uma vez um clube, como o Corinthians recente de Tite, não ouve a torcida e mantém um treinador como se seu trabalho não estivesse sendo avaliado.
O foco muda, os jogadores passam a se cobrar e liderados por alguém dentro do grupo passam a jogar, dentro daquele mesmo esquema tático, o que não conseguiam até então.
Porque o Palmeiras não deixou de ser um time fraco depois de perder pro Mirassol, deixou?
Mas passou a ganhar.
“Que lindo, fizeram um pacto!”.
Lindo é o caralho. Quer dizer então que antes disso estavam de sacanagem, então? Ou será que quando o jogador fica numa situação onde ele não vai se isentar da responsabilidade em 100% a coisa não muda de figura?
Este Botafogo pode não ganhar nada. Mas reverteu a situação sozinho, sem mudar elenco, nem treinador. A bola passou a entrar e o time que jogava mal passou a tocar a bola como quem sabe o que está fazendo mesmo sem olhar.
E juro, bastidores: O Oswaldo não fez curso de treinador neste intervalo.
Era tático, técnico ou uma questão de comprometimento coletivo em busca do mesmo objetivo?
Quantos exemplos teremos que ter para notar que o treinador não vale os 500 paus que lhe pagam e muito menos que é justo acreditar que ele tenha o dom de fazer um time voar ou ser incompetente apenas por uma ou outra alteração?
Jogamos iguais. Não tem um treinador capaz de inventar nada, pois é massacrado em 15 minutos. E quando eles, os jogadores, resolvem que a responsabilidade é deles, transformam o burro em gênio em questão de 5 partidas.
Porque nunca foram burros, nem gênios. Só perderam a importância absurda dada a eles a cada passe errado ou certo.
E assim, como um time que tem um técnico, o Fogão vai deitando e rolando. Enquanto os técnicos que tem um time seguem entre a glória e o culpa toda semana.
O “Botafogo de Seedorf” é muito mais interessante que o “Botafogo do Oswaldo”. Mesmo que seja o mesmo Botafogo.
abs,
RicaPerrone