115 vezes Grêmio
Malditos 32 sujeitos que reunidos resolveram criar um fantasma que jamais morreria no futebol brasileiro.
Veja você que, em 15 de setembro, na rua 15 de novembro, surgia o tal do Grêmio. Insuportável por vocação, nasceu vencendo por 1×0, suado, sofrido, apertado.
Não há relatos de como tenha sido o gol da vitória. Mas por ser de quem foi, desconfio que aos 44, num abafa dentro da área adversária.
Chatos!
Se defendem. Acham que são um país dentro de um país que faz parte do Brasil. São gremistas, depois do Rio Grande, depois brasileiros.
Todo mundo te conhece ao longe. Pelo som da sua torcida, a pressão do seu caldeirão. A fé que os acompanha e a batida cadenciada do seu tambor. Na geral, nas cadeiras, onde for. Inconfundível Grêmio.
Quando morrer, vamos ao céu ou ao inferno. É o que nos ensinam desde cedo e então, com medo do inferno, tentamos fazer o certo. Num sorteio de chaves existe o céu ou enfrentar o Grêmio. E nem se formos bonzinhos podemos mudar isso.
Não é “medo” o nome. Nem só “respeito”. Talvez o intervalo entre eles.
Aquele time que não importa quem está vestindo a camisa. Um pereba qualquer ou um Renato, ele sempre pode te vencer. E não tente entender como. O último que tentou, o Náutico, está tentando até agora.
Perdoai essa gente não letrada que ironiza a batalha dos aflitos. Grande é aquele que escreve a história sem coadjuvante. Qualquer um faz uma lenda num grande clássico. Duro é fazer sozinho, contra “quase ninguém”.
Com todo respeito ao Náutico, seu maior momento no futebol nacional foi ter perdido pro Grêmio. E com nenhum respeito ao recalque alheio, a batalha dos aflitos é uma das coisas mais deliciosas que o futebol já viveu.
Talvez não pra eles, já acostumados a títulos, mundial, Libertadores, entre tantos outros. Mas pra quem tinha dificuldade de entender o tal do Grêmio copeiro, que luta, que nunca desiste…. praticamente “desenharam”.
Danrlei, Arce, Rivarola, Adilson e Roger. Dinho, Goiano, Arilson, Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel.
Pronto. Ninguém dorme.
E o hino? Que hino!
“Onde o Grêmio estiver”.
E olha onde ele foi parar. Gigante, centenário, campeão de tudo, um dos maiores do planeta.
Único!
Quantos “grêmios” existem no Brasil? 200 mil? Até escola de samba poderia ser “Grêmio”. Mas entre todos eles, apenas um tem o direito conquistado de não ter que se alongar pra maiores apresentações.
Muito prazer, sou o Grêmio. E só.
abs,
RicaPerrone