Um deles tem em seu DNA a garra, a superação, a imortalidade, a luta até o fim. O impossível, o dramático, o gosto estranho pelo gol arrastado até mais do que aquele bem trabalhado.
O outro não. Preza pela sua história técnica e cheia de ídolos, uma elegância ao carregar a bola e só se aceita num patamar que sequer chega perto há algum tempo.
Botafogo e Grêmio não tem nada em comum.
Hoje, tinham. A luta pela segunda posição e por prorrogar o fim do insuportável campeonato de pontos corridos. Viver ou morrer, simples assim.
Viveu o imortal, é claro.
O Grêmio é o único time grande do país com alvará pra jogar um futebol feio. E faz uso deste alvará em 2013 até em virtude do seu time não ser um primor técnico, como naturalmente gosta o Tricolor gaúcho.
Quando se fala em Grêmio pensamos logo em Elano, Zé Roberto, Vargas. Mas Renato Gaúcho sabe tudo de Grêmio. Sem os 3, com gente que mais luta do que joga, fez do Grêmio mais Grêmio ainda.
E lá está ele, como quase sempre, brigando por título.
Do outro lado pedem raça. E raça não faltou. Falta Grêmio ao Botafogo.
Não me convencerão que todos os jogadores do time passaram a não saber mais jogar bola e que o Oswaldo deu uma ordem pra que tudo se complique. É claro que é psicologico. Tão claro quanto histórico e comum no Botafogo.
Há um mar de desconfiança sobre o Fogão que só piora a situação ano após ano. Apesar de incontestável melhora do clube nos últimos anos, o crédito nunca é maior que o medo de, “de novo”, fracassar.
O medo que exala de um lado é do tamanho da confiança que vem do outro.
O Grêmio sabe que pode vencer mesmo com 10, fora, contra um time melhor que o dele. Sempre soube.
O Botafogo tem dúvida que pode vencer um adversário em casa, mesmo que seja uma Ponte Preta.
Imagine um Grêmio.
É vocação.
abs,
RicaPerrone