Emblemático
43 do segundo tempo. O Botafogo perde pro Coritiba por 2×1 e sabe que um empate pode deixá-lo bem mais perto do sonho de voltar a Libertadores. O gol pode “salvar” um ano quase glorioso, mas com sintomas graves de um “novo fracasso”.
Falta na entrada da área. Perfeita pra quem bate de pé direito, e o Botafogo tem em seu elenco um tal de Seedorf.
Por favor, todos em pé.
É hora de decidir. Há uma chance considerável do “negão” meter essa na gaveta e o Fogão voltar pro Rio dependendo de menos fatores pra conseguir sua vaga.
O Coxa lamenta. Jogadores levam as mãos a cabeça, o torcedor vira de costas, não quer nem ver.
Seedorf ajeita. O goleiro do Coxa reza. A barreira se fecha como nunca se fechou em 37 rodadas. O estádio prende a respiração.
É um dos maiores jogadores do mundo, uma bola parada e uma vaga a ser decidida.
O juiz apita. Torcedores do Coxa fecham os olhos e os punhos. Botafoguenses posicionam o joelho para um saldo de felicidade.
A bola é rolada e eles tentam uma jogada ensaiada sem nenhum sentido ao invés da clara puta oportunidade que tinham diante do nariz.
E neste momento, quando a bola escapa e a falta perigosa vira um chute sem vergonha da entrada da área com 11 caras na frente, eu passo a entender melhor o botafoguense.
E não é este ou aquele jogador. Este ou aquele dirigente.
O clube parece amaldiçoado. Fadado a não conseguir simplificar a hora de decidir e invariavelmente transformá-la num momento pra ser esquecido.
Ali, aos 44. Entendi muita coisa que até então não entendia.
Sim, é verdade. Tem coisas que só acontecem com o Botafogo.
abs,
RicaPerrone