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Decisão do clube

A taça de bolinhas é  o assunto mais chato do futebol brasileiro. Mas é uma pauta de gaveta do caralho. Toda vez que não tem porra nenhuma pra falar, levantam uma frase sobre ela e passam o dia discutindo de quem deveria ser.

Mas, pela primeira vez, um clube vai decidir pelo “caráter coletivo”, sem poder amanhã ou depois dizer que “foi fulano”.  Aidar, novo presidente do SPFC, um dos criadores da Copa União, melhor Brasileirão que já existiu, disse que a decisão de continuar pedindo a guarda ou entrega-la ao Flamengo será do conselho, não dele.

Achei espetacular. E arriscado. Mas, incontestavelmente, transparente.

Se o conselho do SPFC concordar que devem brigar para manter uma taça que não condiz com o que o clube um dia assinou e sugeriu (não jogar as finais com o modulo amarelo), será um desvio de caráter que jamais poderá ser repassado a um indivíduo.  O clube terá tomado a decisão.

No contrário, também terá sido uma belíssima atitude de coerência com sua história e sua palavra caso resolvam devolver a quem de fato a conquistou, segundo assinou e sugeriu o próprio SPFC na ocasião.

Nunca gostei de decisões de dirigentes representando toda sua gente. Adoro a idéia de que um conselho inteiro vai decidir pelo clube e, então, enfim, poderemos saber se o São Paulo quer rasgar o que assinou por uma tacinha ou se era o Juvenal o interessado.

Espero, como sãopaulino sócio desde que nasci, não ver uma assinatura rasgada por interesses menores quando convém. Tenho orgulho de ter sido o clube criador da Copa União, a tal “liga” que hoje tanto pedimos. E teria muita vergonha de, anos depois, ver que a maioria das pessoas prefere rasgar uma página de sua história em troca de uma taça feia sem valor algum.

Mas saberei, em breve, se meu clube tem os valores que acredito ter.  E se expor desta forma já é um grande passo.

abs,
RicaPerrone

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