21.05
Há exatos seis anos, por volta desta mesma hora, eu estava sentado num quarto de hotel escrevendo a crônica que me faria ser apresentado à torcida do Fluminense.
Aprendi, contra minha vontade, naquela noite, que tudo que eu achava que sabia sobre futebol não passava de uma grande bobagem, afinal, todos nós só sabemos enxergar isso com a visão de um clube em relação aos outros.
Eu explico.
Todo torcedor enxerga o seu clube e a relação de cada rival com o dele, não com o futebol. Nunca avaliamos como eles ganharam mas sim como nós perdemos. Equívoco justificável, diga-se. Mas ainda assim, um equívoco.
Maldito vinte e um de maio de 2008.
Dia em que tive que assumir pra mim mesmo, ainda fardado com as cores da derrota, que era justo perder.
Bendito vinte e um de maio de 2008.
Dia que escrevi algo tão puro e apaixonado que acertei o alvo contrário do que meu site, sobre o SPFC na época, buscava.
Passam os anos eu volto ao mesmo estádio, praticamente no mesmo setor, com os mesmos times e vejo, de novo, a derrota ser “justa” e improvável.
Só que hoje não sofri. Graças ao vinte e um de maio de 2008, quando entendi do que se tratava o futebol.
E aqui estou, as 2 da manhã do dia 22 de maio, de novo, derrotado pelo Fluminense, numa virada espetacular, com a sensação que “tivemos o jogo nas mãos”, quando na verdade só criávamos o cenário para que eles escrevessem, de novo, uma história sem fim.
Salve vinte um de maio. Agora, também, o de 2014.
abs,
RicaPerrone