No último dia de aula os dois extremos estiveram frente a frente. O pior e o melhor aluno da sala num patético duelo para ver quem tirava a maior nota. Não precisou de mais do que 3 perguntas para acabar a disputa.
Era claro, óbvio, justo, previsível. Tão previsível que se fez monótono.
Aquele garotinho de roupa nova, postura elegante e agora com a mensalidade em dia não conseguia esconder suas raizes. Ele queria farra, sentar no fundão. Foi criado assim.
O outro, criado pela vó, tem uma facilidade incrível com números, notas e postura.
Talvez o erro do garotinho não seja a mensalidade em dia, mas a nova forma de se vestir e tentar parecer ser o que não é. Nunca foi. E se Deus quiser, não se tornará.
Mesmo que aquele garoto elegante e educado tire sempre as melhores notas, as meninas sempre vão olhar mais pro “maloca” do fundão. Até o dia que ele resolver ser “mais um”, meter a mesma roupinha do outro, se tornar um estranho até mesmo em seu bando.
O último dia de aulas foi revelador. Sozinho, fingindo elegância e nova postura, o derrotado saiu, agora sem amigos, para suas férias. O “ex-nerd”, agora referência, idem. Rodeado de garotas sem opção, procurando um padrão e transformando a maior nota na única razão de ser deles todos.
Nunca foi. Mas agora, pela primeira vez em sua história, parece que se trata apenas de “resultado”.
Então leve pra casa o pior possível. Não pelo boletim vermelho, mas pela desmoralização que é tentar se passar por quem você não é.
E você, dono da nota 10. Você mesmo, de azul, que sempre senta nas primeiras fileiras: Parabéns!
abs,
RicaPerrone
Formação tática de Cruzeiro x Flamengo