Fernando que se fez “ão”
Fernando Lúcio da Costa. Jogador de futebol com talento natural quase comum. Um metro e noventa, nenhum Careca cabeceando, nem Romário finalizando com os pés. Não armava e defendia como Falcão. Longe de ser brilhante como Ronaldo.
As vezes dão máquinas incríveis para pilotos estúpidos. Potencia demais para pouco controle e invariavelmente acaba em acidente. Fernandão é o controle acima da potência.
Não dá pra olhar o Fernandão com a bola e dizer que Deus lhe deu um baita dom. Dá pra ver que ele a domina com os pés e com o cérebro. Numa postura tão elegante que intimida a própria bola de fugir de seus pés.
Fernandão é um raro jogador que olha pra frente enquanto carrega a bola. Um líder, um vencedor, um ícone.
Quando pensamos em jogador no Brasil imaginamos um negro magro, driblador, cheio de marra. Nunca um cabeludo grandão, de bom portugues e boa formação cultural.
Fernandão é nossa exceção.
O cara que em 2006 eu odiei por muitos minutos naquele Beira-Rio infernalmente lindo e vencedor. Mas entendi, e tanto respeitei que o desejei para meu próprio clube, algo que se tornaria real já no final de sua carreira.
Fernandão jogou o mundial e saiu substituído por Gabiru. Inacreditável, mas até pra sair de campo ele tinha estrela.
Brilhante? Não com os pés. Com a postura, a liderança, a inteligência em campo e fora dele.
Fernando Lúcio da Costa nasceu pra ser Fernando. Mas fez-se Fernandão. Como o Inter, que era um antes dele, outro após sua passagem por lá.
Segue a tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil
Valeu, capitão!
abs,
RicaPerrone