Um “final” de campeonato
Era 20 do primeiro tempo, por aí. O Sport perde a bola na intermediária ofensiva, o Botafogo retoma, joga na frente e corre em contra-ataque pro gol. Num ritmo fora do comum, numa objetividade digna de 44 do segundo tempo com o placar contra.
O Botafogo joga os últimos 10 minutos de uma derrota durante 90. E talvez este seja o caminho de evitar a até aqui provável queda para a série B.
Não exatamente pelos pontos, mas pela tabela, pela crise, pelos salários, pelo time em si. Não sei te dizer se “merece”. Sei que tentam a todo custo, em campo, merecer ficar.
E hoje, de novo, não mereciam perder.
Jobson correu feito um desesperado até não ter mais pernas. E ainda que sem elas, continuou correndo. O time do Botafogo tratou cada bola dominada como uma chance e até chegou a criar algumas. Mas fez de todas elas a “última bola”.
Não será a última, mas eles também não podem prever qual será a determinante. Assim sendo, arriscam, se doam e merecem a sua presença e apoio nessa reta final.
É muito difícil diagnosticar qualquer coisa num clube cuja hierarquia básica (salários) não existe mais. Mas não é difícil acreditar que esse time que vive aos 44 do segundo tempo possa fazer o “gol salvador” ainda que nos acréscimos.
Esse Botafogo não me dá prazer em ver jogar. Mas de alguma forma me comove.
E torço pra que o suor dos jogadores possam merecer mais a permanência do que as decisões da direção do clube merecem a queda.
abs,
RicaPerrone