O fim. O objetivo de todo botafoguense, dia após dia, é o fim. Da atual administração, dos jogos, do campeonato, do ano, do sofrimento e da dúvida. Seja um final triste ou feliz, que logo acabe.
Quando a bola entra, antes mesmo de comemorar, se olha pro relógio pra ver “quanto falta”. E falta muito ainda pra poder respirar. Sabendo disso, as semanas do botafoguense tem tido no mínimo 20 dias. Nunca chega o próximo jogo, imagine o final dele.
Quando a bola rolou em Manaus hoje o rubro-negro se divertia na rara condição de franco atirador. Com reservas, focado na Copa do Brasil, o time foi sem peso e ainda assim, por Flamengo ser, havia fé na vitória.
O desespero de uns, a diversão de outros tantos.
Quando seu time está na situação do Botafogo você não sabe se torce pra ser logo rebaixado ou se pra levar o drama até o último jogo. Lá, se der errado, a dor será infinitamente maior do que se administrada em doses homeopáticas desde já.
Mas não tem escolha. Quando a bola rola seu coração sobrepõe a razão e lá está você, de novo, quantas vezes precisar, rezando pra santos que sequer acredita em troca de uma vitória que lhes dê fôlego pra continuar.
Um drama. Mais 7 dramas, talvez, na melhor das hipóteses.
E o “morto” se recusa a morrer.
Outro dia anunciaram, num surto administrativo e conflitante, que havia morte cerebral. Mentira.
O morto abriu os olhos e sorriu.
Hoje, conseguiu falar. Em algumas semanas estará em pé ou sendo velado. E como todo drama, a família vai sofrer junto até o último minuto do lado de fora.
Desacreditado por especialistas, vive o Botafogo. E sabe-se lá como.
Não havia remédio pra cura. Mas sempre houve fé.
Um milagre?!
Não. É “só” futebol.
abs,
RicaPerrone