O Galo é “mau”
Olho pro Cruzeiro e vejo um time de futebol notável, competente, regular, merecedor de tudo que tem conseguido. Olho pro outro lado e vejo um time menos organizado, menos planejado, com futuro muito mais incerto, porém, com um brilho nos olhos que o Cruzeiro não tem.
E não digo isso sugerindo apatia ou algo do gênero. Mas uma tremenda diferença na forma de “buscar” o que deseja.
O Cruzeiro planeja, o Galo dá seu jeito.
O Cruzeiro é regular, o Galo é brilhante.
O Cruzeiro tenta controlar o jogo, o Galo tenta destruí-lo.
O Cruzeiro pensa no jogo de volta, o Galo joga como se não houvesse dia seguinte.
O Cruzeiro tem medo de perder, o Galo tem a ousadia de querer ganhar.
O Cruzeiro faz o que pode, o Galo faz o que não pode.
E eu não ouso dizer que o título está definido por diversos motivos. Um deles é por considerar o time do Cruzeiro melhor que o do Galo. E por saber que quem vive de paixão as vezes comete loucuras que “estragam tudo”.
O Cruzeiro erra muito pouco. Mas o Galo acerta muito mais. E quando o alvo é grandioso, o risco é proporcional ao prêmio.
Eu não duvidei de nada do que aconteceu até aqui nesta Copa do Brasil. E nem duvido que o Cruzeiro faça 2×0 e leve pros pênaltis, invertendo o papel de milagreiro com o rival.
Mas não acredito.
Pelo simples fato de olhar pro campo e ver um Atlético cheio de sangue e um Cruzeiro cheio de cérebro.
Eu reconheço a superioridade cerebral à emocional. Mas prefiro a segunda.
O Cruzeiro não perde o controle. E o Galo, o irresistível charme de quem flerta com a morte para sair dela ainda mais vivo.
A bola é uma vadia. E ela raramente escolhe os bons meninos. Ela gosta de meninos maus…
abs,
RicaPerrone