Não adianta fazer tipinho, ensaiar o discurso e fingir que não se exalta com um Flamengo x Vasco. Ah, mas o que valia? A liderança do estadual?
Porra nenhuma. Era pela honra, pela rivalidade e nada mais. E o que pode importar mais do que isso?
Ia ter roubo do juiz, não teve. Ia ter politicagem, não teve.
No intervalo, ia ter “Eurico se recusando a voltar”, não teve.
Ia ter gramado sem condições de jogo e sem drenagem pra suportar a chuva. Não teve.
Tudo que o pessimismo moderno sugeriu não aconteceu.
Houve um digno Flamengo e Vasco, casa cheia, empurra-empurra, expulsões, gols polêmicos e tudo que se tem direito. E não condene a “briga” no fim, pois ela é fundamental eu diria.
Não há clássico honesto sem que alguém perca o controle por um instante. E quando houver, não vamos querer assistir.
O Flamengo venceu em cima de 2 erros do Vasco. Mas pra que haja um gol é preciso haver “um erro”, dizem. Não há diferença brutal entre os times. Ambos são medianos. Um mais ajeitado, mais tempo de trabalho. O outro mais “promissor”, com mais garotos.
O jogo não deu a nenhum dos times a condição de merecedor da vitória. Um bom duelo tático, um ambiente fantástico de decisão que nada decidia e uma inegável vontade de “mostrar quem manda nessa porra”.
Era isso. Só isso. Tudo isso.
O flamenguista queria mostrar que com Eurico ou sem, continuaria a vencer. E o vascaíno, apoiado pela boa fase, queria poder gritar que “acabou!”, que o “o respeito voltou”.
Voltou, de certa forma. Ninguém enche o Maracanã pra ver cachorro morto.
Mas mesmo vivo e rosnando, o cachorro ainda não mordeu. Latiu, gerou algum medo, mas não mordeu.
E assim, respeitosamente, o Flamengo continuou jogando a bolinha, e o Vasco rosnando, mas ainda indo buscar.
abs,
RicaPerrone