Carlinhos, o rubro-negro
Morre Carlinhos.
Este sujeito de olhar simpático e de identificação profunda com um clube brasileiro não teve na mídia jamais o tamanho que os grandes treinadores costumam ter.
De tampão a campeão, de “sortudo” a domador de egos, de tudo isso a eterno.
Carlinhos foi o último treinador não protagonista do futebol brasileiro. E talvez por isso, ou talvez com isso, tenha conquistado tudo que conquistou dando todo o cartas aos seus comandados.
Eu não cometerei a ousadia de dizer que Carlinhos era um treinador genial. Mas eu me arriscaria dizer que seria genial se algum dos atuais percebesse que jogador é que ganha jogo e que portanto é bobagem tentar ser maior do que eles.
Carlinhos foi coadjuvante de um Flamengo impossível. E seu maior mérito possivelmente tenha sido esse. Saber apenas não estragar o que aquele time seria capaz de fazer se não atrapalhado pelo ego de um treinador qualquer disposto a ser manchete.
Ele não era. Nunca foi. É o vencedor mais discreto do mundo em todos os tempos. O ídolo popular menos badalado do país e um raro rubro-negro que não causou rejeição.
Carlinhos é um dos últimos, se não o último.
O futebol mudou. É muito inferior ao que foi um dia e não me refiro a Brasil apenas. Talvez porque tenha virado um negócio, tavez porque vencer é a única coisa que importa.
Mas ontem morreu Carlinhos.
E todo dia, no futebol, morrem Carlinhos. Nascem Mourinhos.
Talvez explique muita coisa.
Descanse em paz, professor.
abs,
RicaPerrone