Talvez você seja mais um dos que perderão horas da sua madrugada tentando entender “como o Flamengo perdeu” o jogo. Eu serei mais simples.
Tentarei entender o que faz de um time tão arrasado e pisoteado no campeonato brasileiro eliminar seu maior rival e transformar uma semana em meio ao caos em história. Tentarei buscar formas não táticas e técnicas de entender que força é essa que, em clássicos, impulsiona o time em pior momento.
Que Vasco é esse que entra em campo com a vantagem do empate e num simples olhar para as arquibancadas descobre que não é favorito antes mesmo da bola rolar?
Onde vai parar a arrogância das pessoas que acham que o futebol é um esporte lógico e administrável meramente com pessoas de terno e gravata dispostas a determinar de véspera quem é quem?
As duas partidas tiveram momentos bastante equilibrados e fatores de extremo desequilíbrio. As camisas se prestam o devido respeito, mas havia no ar, desde o dia do sorteio, uma certeza rubro-negra de que o caixão seria empurrado neste mata-mata.
Certeza essa que pra mim inverteu a situação. Colocaram o Vasco, veja você, aquele mesmo Vasco de tantas glórias, na situação de franco atirador.
Ora, quanta burrice! Havia um só cenário para o Vasco e ele lhe foi dado de presente. A certeza do outro lado, a mídia falando em “goleada”, a “zebra” no primeiro jogo e a confirmação no segundo.
Contusões, sorte, azar, a bola que entra de cá, que quica e sai de lá. O marrento atacante que ao invés de ganhar queria um chapéu no adversário. O intragável dirigente que venceu de novo.
Roteiro fácil.
O Vasco que não ganha de quase ninguém, também não bate em qualquer um. Só em gente grande.
abs,
RicaPerrone