Um dos últimos
Morreu Juvenal Juvêncio, lenda tricolor.
Entre os mil defeitos e qualidades, Juvenal ostentava uma imagem única, divertida, antiga, autoritária e de alguma forma simpática.
O conheci com 5 anos e portanto convivi com suas diversas funções no clube por 32. Ele provavelmente me pagou um picolé quando eu tinha 7 e me deu entrevista quando eu tinha 30. Nunca fomos amigos, nem sequer ele me chamava pelo nome. Mas é inescrupuloso desmerecer sua contribuição ao SPFC.
Os Juvenais vão acabando no futebol e é muito bom que acabem porque o futebol não precisa mais deles. Eles hoje mais atrasam clubes do que ajudam.
Uma figura dessas deveria parar em 2005 ou 2007, campeão, e virar o tiozão que dá entrevistas e distribuir histórias pela sede social. Mas o poder, a paixão, a vontade política fazem com quem terminem disputando algo, como se a vida fosse um campeonato de futebol.
Me lembro na sua primeira reeleição que eu fui parabeniza-lo e ele disse: “Um dia será você, filho”. Quem sabe não tenha profetizado meu “final”?
É uma pena que morra Juvenal. É ótimo que eles estejam cada vez mais longe da administração do nosso futebol.
Figuras como ele não fazem falta aos cargos de diretoria do clube, mas sim ao dia a dia de um esporte apaixonante cada vez mais quadrado e pobre em personagens.
Juvenal foi um dos últimos daqueles dirigentes que não queremos mais, mas dos personagens que precisamos cada vez mais.
Vá em paz, presidente. E entre erros e acertos, obrigado.
abs,
RicaPerrone