Sem a verdade é tudo blá, blá, blá
Entre o que sei, o que ouço e o que acho há uma delicada relação que pode mudar com uma frase. O caso Michel Bastos no SPFC é típico. Você não sabe quem está falando a verdade, os jogadores tem medo de expor a diretoria em casos de atraso, a diretoria fica muda e o que se rebelou paga o pato.
Começando, acho Michel um puta jogador. O melhor do time. Em má fase? Sim. Errado em ser o representante da “revolta”? Não. Até onde sei, não.
Não passa pela minha cabeça que Michel esteja de sacanagem. Se está mal, está porque é fase. Assim sendo, vamos aos “fatos” e “quase fatos”.
Sabemos, sem confirmação do quanto, que o SPFC deve a seus jogadores. Começa aqui uma relação onde o chefe perde a razão e, portanto, abre espaço para esse tipo de “crise”.
“Ah mas jogador é rico e não precisa…”, pára! Tá errado. Não é precisar, é uma relação profissional e ponto. Se você não cumpre sua palavra num acordo, o outro lado perde a confiança, a relação se abala e tudo vira uma bola de neve. Não é “precisar”. É respeitar o que acordo.
Devo, não nego, pago quando puder. E me traga Calleri, Lugano e mais um pra ganhar alto. Opa! Isso gera uma reação.
Michel não é o dono de nenhuma guerra contra a diretoria. É apenas o capitão do time e portanto representa a insatisfação de todos quanto a isso.
Falta verdade. O quanto devem? Porque? Prometeram e não pagaram? Quantas vezes? Estão cometendo aquele erro clássico no futebol de pagar alguns e deixar outros sem?
Sem essas respostas claras, não dá pra julgar.
O que temos até agora é um atraso no pagamento que determina um erro por parte da direção com os jogadores. Outro erro é achar que porque um time todo está claramente insatisfeito com alguma coisa e rendendo pouco a culpa é do único que se sujeitou a se posicionar sobre o assunto.
O São Paulo não tem o que precisa. Nem patrocinador pra gerar dinheiro, nem dinheiro pra pagar jogador. E precisa, enquanto isso, de uma torcida e não de uma escola de samba. Precisa reaprender a lavar roupa suja em casa e fechar as portas pra quem faz de problemas uma crise sem fim.
Precisa reinventar sua forma de agir e parar de viver dos gloriosos anos que o legado de Marcelo Portugal deu aos que o sucederam.
abs,
RicaPerrone