Clássico é clássico…
…e vice-versa, diria o filósofo e centroavante Jardel.
O que seria do resto deste domingo de páscoa não fosse o delicioso gosto de saber que o resultado deste clássico é discutível até terça-feira? Que o goleiro pressionado errou como esperado, que o time desfalcado sentiu como previsto? Que embora tenha jogado menos, chutado menos e criado menos, o vencedor acertou um chute a mais.
Que “se tivesse expulsado…” teria sido diferente. Mas não expulsou. Aí está seu alvará. E não há nada que um torcedor goste mais numa derrota do que ter uma desculpa irrefutável da arbitragem.
Sim, o juiz errou ao não expulsar dois jogadores do Cruzeiro em questão de 5 minutos no começo do segundo tempo. Pode ter errado em outros lances também, embora eu não considere nenhum dos demais tão indiscutíveis quanto as expulsões.
O que me deixou feliz neste Galo x Cruzeiro foi Rafael Silva. Não pelo seu belo corte de cabelo, que aliás copiarei, mas pelo gesto divertido e provocativo ao fazer o gol da vitória.
Batendo asas, como um galo (ou uma galinha) sacaneou a torcida rival e nem por isso foi pisoteado pelos adversários em campo. Ao final do jogo, camisas, abraços e tudo certo. Afinal, é só futebol.
Pobre do sujeito que acha que a ignorância alheia é culpa da brincadeira inofensiva de alguns. Mais pobre ainda o futebol quando condena atitudes que tornam gols épicos em busca de um ambiente enlatado e babaca.
O Cruzeiro talvez não tenha merecido vencer o jogo pelo que jogou. Mas Rafael Silva, este sim, pelo que fez após o gol, merecia.
abs,
RicaPerrone