Pelos seus 452 anos
Querido Rio de Janeiro,
Eu tenho feito tudo que posso para amenizar as bobagens que vocês fazem por aí e dar à terra de meu filho a melhor condição possível. Infelizmente não posso fabricar dinheiro para cobrir rombos de políticos, nem mesmo mandar reforço policial para resolver o problema da violência.
Mas pude fazer o mar, as praias, os lindos morros que vocês tem e alguns traços dessa gente que destoa da humanidade pelo sorriso estampado.
Nestes 452 anos, pouco tenho a oferecer após toda a paz olímpica e na Copa. Mas não vou deixar vocês sem “uma lembrancinha”.
É carnaval, sua semana favorita. Lhes mandei de volta Portela e Império Serrano. De quebra, devolvi a Mocidade ao topo, até em virtude de um meio ateu chato pra caramba que só lembra de mim em apuração, pênaltis e turbulência que tem aí. E é paulista o desgraçado.
Enfim.
Não pude conter os problemas, a violência, as coisas todas que fazem vocês teimarem com a minha vontade e não permitirem ser o Rio de Janeiro o lugar mais perfeito do mundo. Mas quero que vocês terminem as festas sorrindo, e por isso lhes mando também um maravilhoso Fla-Flu.
Vai ter gol de todo jeito, emoção até o fim, paz no estádio e eu mandei derrubar a liminar das torcidas. Onde já se viu? Separar vocês? Pelo amor de mim mesmo…
A discussões sobre o vencedor foi complicada aqui em cima. O João de Deus tem crédito, São Judas Tadeu também. Mas no final optamos pelo tempo de casa. E então, com todo respeito ao Flamengo, time de meu filho como já provado em outros tantos milagres, mas dessa vez o aniversário é temático e “retrô”.
Acompanhando Portela e Império, além da vaga que dei ao Botafogo na Libertadores, resolvemos por ti, Fluzão.
Mas com emoção, empatando, sem ninguém sair chateado. Ok?
Feliz aniversário, Rio! É só uma lembrancinha, mas é pra tu não esquecer do quanto te amo e do quanto gostaria que você se cuidasse mais.
Ah! Quarta-feira lhes devolvo o Maracanã. É que não deu tempo…
Deus.