Salve-nos, Felipe!
Eu já não via esperanças quando ele voltou. Achei que estavamos fadados ao futebol de Sandys de chuteiras, os gols todos marcados pelo nosso senhor Jesus e mais nenhuma irreverência, ousadia e alegria.
Ou melhor, “ousadura”.
Felipe é a melhor coisa que tem acontecido por aqui. Não exatamente pelo que joga, embora seja muito bom jogador, mas pela coragem de não ser o merda que esperam que ele seja.
Sim, uma pessoa que é o que esperam que ela seja é um merda.
Entre acertos, exageros e erros grotescos, Felipe destoa por ser comum. Assumir o sangue quente, reconhecer que perde a cabeça, manda jornalista pra aquele lugar quando acha que tem que mandar e segue o jogo.
Alguns processam. Felipe responde.
MI-TO! @_felipemelo_ pic.twitter.com/2E84fBlbOg
— Rica Perrone (@RicaPerrone) 13 de abril de 2017
Eu não vou entrar no mérito indiscutível da década que é sobre o mimimi. Mas ver um negão ganhar um jogo, meter o dedo na cara de um racista e mandar que ele tomou chifre de um negão é MUITO mais moralizador pra sociedade do que qualquer processinho.
E a coragem de arriscar ser mal interpretado? E as consequências?
Dane-se as consequências! Ele é isso, e vai errar muitas vezes. Mas vai errar sendo o que ele é, não o que a mídia espera que ele seja ou que tem como manual o bom exemplo.
Felipe, você que nos “fudeu” em 2010, está nos ajudando muito em 2017.
Quem diria?
O Dunga, talvez. Aquele… Outro que não é o cara que você queria e, talvez por isso, você o odeie.
Eu não gosto de algumas pessoas. Mas gosto tanto de não gostar delas por elas serem o que eu não esperava que quase as amo.
abs,
RicaPerrone