Em Recife o Palmeiras foi um time frio, inteligente e voltou com uma vitória que lhe rendeu elogios e mais elogios. Hoje, em casa, a frieza voltou. A vitória não.
Sem personalidade, quase que sem entrar no clima do jogo, o Palmeiras empatou em casa com o fraco time do Sport, que acabou complicando o jogo quando assumiu que ia passar 45 minutos na defesa com 10 jogadores se defendendo.
Aí faltou ao Palmeiras peças para mudar o jogo e personalidade de alguns jogadores.
Quando Edmilson saiu, notem, o Palmeiras ficou perdido. Não é tático, é psicologico. Parece um time sem “pai”. Não tem um pra dizer onde a jogada começa e pra onde ela deve ir. O que acontece? As jogadas vão se repetindo irritantemente, e o rival vai pegando o jeito de anular.
Bola no Diego, ele corre e tenta enfiar a bola entre 10 zagueiros ou abre pra alguém cruzar. Cruzar pro Lenny e pro Keirrison? Não é a melhor alternativa com 10 marcando…
Bater de fora? Dificil com a zaga congestionada.
Alguém buscou uma falta? Não…
Alguém teve a iniciativa de tentar um drible pra bater de fora? Não…
O Palmeiras ficou previsivel. O Sport fez o que podia. Se limitou a aceitar sua inferioridade e transformou o jogo numa partida de Libertadores. Ataque x Defesa, na cara de pau, sem dó de dar chutão.
O Palmeiras foi ficando nervoso, piorando a situação e perdendo as raras chances que criou. Sim, pois os milagres do goleiro do Sport foram mais jogadas “achadas” do que criadas.
O Palmeiras é um time em formação, isso é indiscutivel. Mas lhe falta um padrão. Quando tenta ter calma, não agride. Quando agride, toma no contra-ataque. Falta equilibrio.
Hoje era nítido que o time não ia se jogar como fez contra o Colo-Colo porque aprendeu a lição. Mas… também não achou o gol que precisava.
O Luxemburgo tem “culpa”? Tem, claro que tem. É uma filosofia dele declarada: “Quando eu ganhar a Libertadores, ganharei jogando futebol e não fazendo catimba”. Ok, é a filosofia dele, quem contrata sabe que ele não vai meter um time em campo pra fechar e achar 1×0. Sabe que vai perder ponto em casa e, as vezes, ganhar pontos improvaveis fora.
É o risco que ele corre, sempre correu, e até hoje o consagrou. Na Libertadores não funciona bem assim, apesar de ter mudado muito nos últimos anos o “jeitão” da competição.
O problema é que pra fazer o que o Luxa quer precisa de time. Pra ir pra cima com tudo, precisa de zaga, e ele não tem. Precisa de peças de criação de alto nível, e ele não tem. O Diego Souza não é um “enfiador de bolas”, mas sim um jogador forte, com bom passe e presença de área. Não é aquele “Alex” que o Flu tinha com Thiago Neves em 2008, por exemplo.
Há um conflito de filosofias entre Libertadores e Luxemburgo. E para este conflito acabar, só um time com as características dele ou uma mudança dele na forma de pensar futebol, o que espero não ver, já que admiro quem tenta ganhar o jogo antes de não perder.
O Palmeiras 2009 é assim. Pode ir lá no Chile e enfiar 2×0. Pode, também, perder pra LDU em casa e ficar fora. É uma interrogação ambulante, até por ter um time recheado de jogadores não consagrados ainda, o que gera insegurança.
Desde o primeiro dia todos sabem que é o “Grupo da morte”, entao não é de se estranhar a dificuldade. Mas o Palmeiras tá devendo na Libertadores… inegável!
A vaga será decidida no saldo de gols contra o Colo-Colo, contando com um empate no Chile. Ou seja… pra cima da LDU!
abs,
RicaPerrone