Voltei!
Sabe a diferença entre um tijolo e um gato? Joga os dois na parede, o que miar é gato.
Alguns nascem pra casar, ter filhos, sogra, jantar de domingo, casa na praia e vida de revista. Outros não.
O Flamengo hoje domesticado por um pai de família cristão e mão de ferro não suporta a vida que leva. É triste, embora aceitável aos olhos da sociedade.
O Flamengo hoje é o que se espera dele. Mas o que os outros esperam, não o que os flamenguista esperam. E eis o erro brutal. Fazê-lo infeliz por clichês.
Um dia, mais especificamente hoje a noite, o Flamengo saiu pra missa, parou no bar, encheu a cara, faltou no culto, beijou a puta, arrumou briga, se declarou pros amigos completamente alcoolizado e voltou pra casa carregado por eles.
Assim, nos braços dos seus, dopado de poesia e com mais uma história pra contar, ele foi dormir Flamengo de novo.
Não se trata de fidelidade, honestidade, conduta. Se trata de identidade.
O Flamengo é do bar. A sorte dos bebados o acompanha, e quando sóbrio vira quase azar.
Deixa o malandro batuqueiro descer o morro como ele sabe. O uber não sobe viela.
Ele não é branco, santo, nem será o que você espera.
Ele é vermelho, preto, o rei da favela.
Hoje ele saiu de casa pra sambar, beber, fumar e não fazer o que dele se espera.
Já era.
Avisa o morro que hoje tem festa. Voltou o barão da favela!
abs,
RicaPerrone