CruzeiroPalmeiras

O(s) segredo(s)

Qual o mistério que faz Cruzeiro e Palmeiras levarem gente ao estádio enquanto todos os demais clubes tem suas torcidas ignorando os estaduais?

Aliás, seriam os estaduais?

Não. Claro que não.  Palmeirenses e cruzeirenses estão indo ao estádio ver seus times, viver expectativa de um grande ano e curtir a boa fase. Não tem absolutamente nada a ver com o jogo.

Não há um palmeirense no mundo que acordou domingo e disse: “Opa! Contra o Novorizontino? Não posso perder!”.

Os dois tem em comum cerca de 60% do público formado por Sócios torcedores.  Isso indica competência do clube ao criar os planos. O sócio que vai no jogo passa a achar util ser sócio.

Não são duas torcidas que compram crise. Palmeirenses e cruzeirenses são chatos, extremamente exigentes e acostumados com timaços. Eles não “curtem” o drama. Curtem a vitória, o show de bola.  São perfis diferentes que raramente um torcedor de um clube nota, pois só enxerga o dele.

O Cruzeiro baixou o preço pra algo justo num estadual horrível. O Palmeiras segue usando o fenômeno que é o interesse de sua torcida na nova casa.  Aliás, paulista que sou, até encontro uma justificativa a mais: paulista adora coisa “premium”, “gourmet”.

Mete um “gourmet” na porta do podrão e eles lotam. É um perfil comum em São Paulo pagar mais por coisas mais novas e modernas.  Diferente de Bh, RJ, por exemplo, que são mais “butequeiros”  do que degustadores de cervejas artesanais.

Mas o caminho é simples: Interesse.

Quando seu time joga bem e tem ídolos, destaques, jogadores capazes de te gerar a dúvida do que você irá ver, vale a pena.  Ninguém paga pra ver 11 caras que você sabe que vão se esforçar pra ficar no óbvio.  Você paga pelo ídolo, pelo inacreditável, tal qual o gol de Arrascaeta.

Futebol é simples. Quando marketing e clube entendem o que estão fazendo, a torcida responde. Ou você acha que eu não sairia da minha casa se pudesse ir ver Fred, Thiago Neves, Arrascaeta… ?  Ou ver Lucas Lima, Borja, Felipe Mello?  Espetáculo se faz pelas atrações. E o jogo em si, no Brasil e no mundo, hoje não é mais um espetáculo por si só.

Que Palmeiras e Cruzeiros se multipliquem em 2018.

abs,
RicaPerrone

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