Negócio, bom senso e bairrismo
Estava sem dormir na noite anterior, aguentei até metade do segundo tempo e acabei pegando no sono. Não vi o Galo fazer 2×1 e nem sofrer o empate, logo, quando acordei hoje fui direto olhar quanto tinha sido o jogo.
Lembrei de uma época onde os torcedores de Grêmio, Galo, Cruzeiro e Inter brigavam comigo no twitter dizendo que eram injustiçados e marginalizados pela mídia mesmo com todos os títulos e torcida que tem. Eu teimava em achar exagero, e até acho de alguma maneira. Mas…
Na página de ESPORTES da Globo, é o vigésimo segundo destaque. No UOL, uma opinião sobre o jogo na décima segunda chamada. No Terra, a quadragésima chamada da capa de esportes. Na ESPN o jogo é citado após 5 chamadas para Real x Barcelona, 3 pro UFC, 4 de NBA e até uma do Vasco não tem “quente”.
Eu não sou hipocrita. Flamengo e Corinthians vendem bem mais e por isso colocamos bem mais. É um negócio, não uma ONG. Ao contrário do que pregam os jornalistas, em total desacordo com o comercial de suas empresas, ainda se trata de algo com fim lucrativo e não ideológico.
Mas também não sou burro. Tratar como algo menor do que a goleada óbvia do Flu na Copa do Brasil já é um erro. Praticamente ignorar enquanto se destaca notícias de dia-a-dia de outros clubes é de um bairrismo inacreditável.
Hoje senti um pouco do que o pessoal do Sul e Minas tanto reclamam. E de fato causa uma certa sensação de desprezo. Você sabe que seu lugar era a manchete numero 1 hoje. E está entre a décima segunda e a quadragésima dos portais de esporte nacionais.
Ou seja, há sim algo mal feito e com critérios absurdos.
Embora eu tenha a absoluta convicção de que não sou parte dessa turma, há muita gente que precisa olhar pros lados e tirar o cabresto na hora de ver o futebol brasileiro. Ou vão continuar a vê-los ganhando títulos e mais títulos e acordar discutindo “como o Mengão deixou escapar” um campeonato onde ele raramente vai bem.
RicaPerrone