A paz de quem sabe o que faz
Enquanto alguns turbulentamente correm os riscos de uma revolução no futebol do clube, outros arriscam treinadores novos, reforços diversos e até aposta na base. Todos parecem saber o que estão fazendo até a primeira sequência sem vitórias.
Os estaduais não servem pra nada a não ser que você saiba o que está fazendo há algum tempo. Neste caso serve pra testar e lhe dar confiança e paz.
Alguns dos grandes crescem, a maioria só cumpre tabela. Raros são os que conseguem fazer uma campanha ruim nos decadentes estaduais. Mas é o risco que se tem ao ter que empurrar bêbado. Tá fácil, mas se ele não cair a pressão é toda em você.
O Grêmio tem padrão, uma linha clara de trabalho, um estilo de jogo e um esforço incomum para manter a base de um time incontestável. Sobra. Não porque tem mais time tecnicamente, mas porque tem paz.
O futebol apresentado é calmo, dá prazer, nenhuma dúvida e firma o time como protagonista, embora todo ano parte da mídia só consiga olhar pra dois ou três.
A vitória de hoje não diz nada, mas representa tudo. É fácil, natural, uma consequência não forçada de um trabalho que não começou no dia 3 de janeiro.
Talvez falte o glamour de um patrocinador, um elenco recheado ou a chegada de estrelas. Talvez seja apenas bairrismo. Mas o Grêmio começa o ano como passou os últimos 2: sabendo o que está fazendo.
RicaPerrone