O eterno “vexame”
Todo ano acontece a mesma coisa. Nós olhamos a tabela, os elencos, achamos que estamos na Espanha e decretamos que tal time não vencer é vexame.
Ignoramos o fator “formador”, que nivela muitas vezes pelos jovens talentos, o fator campo, a pressão, o estilo de jogo em cada país das Américas e no final tentamos jogar pros clubes a “vergonha” que fizemos ao avaliar o cenário.
Passa o Galo? Sim. Todos achavam. Mas aí começa a palhaçada de achar “vexame” se não passar. A mídia transforma a glória em alívio, a vontade em pressão e o jogo se torna um inferno.
Vamos sim perder algumas vezes em pré Libertadores e em semi de Mundial. Porque? Porque somos passionais, a mídia transforma nossos jogos em obrigação e quando erram ao invés de reconhecer que “não era tão fácil”, dizem que “quase foi vexame”.
É uma puta tática. Funciona. Mas de covardia ímpar.
Jogo de Libertadores é duro. Sempre foi, e embora hoje seja menos do que já foi um dia em virtude dos campos padronizados, a proibição das festas e a palhaçada de se achar europa que a mídia sempre apoiou (essa pica ninguém assume né), ainda há um fator de equilíbrio muito forte.
Há favoritos, mas não “vexame”.
O Galo foi só o primeiro a ver uma “conquista” virar “obrigação” e virar um quase “vexame”. Outros virão.
Porque pode até ser uma “zebra” perder pra um time menor. Mas repetir a mesma avaliação arrogante e equivocada ano após ano eu chamo de “vexame”.
RicaPerrone