Futebol Europeu

O equilíbrio me “brocha”


Não, nem me refiro ao jogo. Afinal não tem sido uma característica da Champions o equilíbrio. Nas últimas 5 o Real foi campeão de 4. O equilíbrio emocional é que me incomoda.

Eu já escrevi aqui, se não me engano em Real x Juventus, uma goleada na final. O que as pessoas acham “bonito”, aquela aceitação esportiva a derrota, a mim soa como “profissão e nada mais”.

Eu acho inconcebível pro que amo no futebol ver um time passar 40 minutos do segundo tempo perdendo o jogo de sua vida sem se jogar pra frente, perder a cabeça, arriscar algo meio sem sentido. Ninguém se irrita, não toma cartão, o goleiro não sai jogando.

É tudo ensaiado. É uma grande apresentação sem improviso. Há qualidades nisso, mas a mim, particularmente, brocha.

Eu nem espero que seja um jogo aberto e bonito. É final, e única pra piorar. Mas porra, tá 1×0 pros caras, tu é zebra, a casa já caiu. Vai pra dentro. Se fosse contra o Olímpia no Paraguai que é um time de merda os últimos 10 minutos seriam com os 11 deles na área dando chutão pra tentar achar uma cabeçada.

Os caras lá parecem aceitar. Apertam a mão do rival, um abraço, baixa a cabeça e “fizemos o que deu”.

Desde quando “o que dá” é suficiente ao torcedor?

Não há uma final de Champions como as semi. E essas semi também não são a regra. Mas foram exatamente porque os dois times se tornaram franco atiradores em determinado momento e usaram isso pra arriscar.

Hoje, não.

O favorito fez 1×0, o desafiante não quis tomar de mais e não arriscou. Protocolar.

Tomou o segundo e fim de papo. O Liverpool deu 3 chutes no gol.

Eu vejo a beleza que há na disciplina. Admiro e procuro o futebol onde se sabe o que faz. Mas eu tenho uma necessidade inexplicável de ver a perda de juizo em campo. Talvez por ser assim, não acredito no equilíbrio completo e absoluto diante do fracasso.

Perde. Mas toma um cartãozinho… Manda o goleiro pra área, sai pro desespero. Faz um “abafa”.

Perde. Mas perde atirando, não explicando.

RicaPerrone

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo